São Paulo, sábado, 6 de agosto de 1994![]() |
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Reajuste salarial pode atrapalhar, diz Reed
ANTONIO CARLOS SEIDL
Apesar disso, Reed afirmou que confia no sucesso do Plano Real. Ele acredita que o Brasil vai repetir na economia a vitória obtida nos campos de futebol dos EUA na Copa do Mundo de 94. Para ele, o Brasil vai vencer a luta contra a inflação por causa da determinação da sua população. "A vitória virá nem que seja na decisão por pênaltis depois de um jogo difícil e com empate na prorrogação", disse. Reed encerrou ontem uma visita de três dias ao país. Ele manteve reuniões com o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, integrantes da equipe econômica, banqueiros e clientes do Citibank. Reed disse que deixa o país otimista mas previu tensões até a conclusão do "ajuste psicológico" dos agentes econômicos à nova era de moeda estável no país. "Isso leva tempo", afirmou, prevendo crises em diversos setores econômicos, entre eles, o bancário, nos próximos 12 meses. Reed disse que os bancos, que obtinham quase a metade de seus lucros com a inflação, terão agora que redirecionar suas atividades, buscando ganhar dinheiro com as operações financeiras tradicionais. Reed disse que o Citibank não está preocupado com as eleições presidenciais no Brasil. Para ele, a estabilidade é uma decisão do público brasileiro, "qualquer que seja o quadro político das eleições presidenciais". Ele disse que a causa do otimismo da comunidade internacional com relação ao Brasil não é o crescimento do candidato da coligação PSDB-PFL-PTB nas recentes pesquisas de intenção de voto. "Não é a vitória deste ou daquele candidato mas os aspectos econômicos do país que causam otimismo no exterior", afirmou. Reed disse que a principal impressão de sua rápida visita ao país é que o Plano Real é "irreversível", porque, disse, " não há um grupo isolado importante sequer que esteja criticando o programa de estabilização". "O aspecto mais positivo do Plano Real é que não há aspectos negativos", afirmou. Ele disse que uma eventual vitória do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, "não preocupa". Reed não acredita que um eventual governo petista tentará renegociar o acordo da dívida externa. Para ele, os investidores externos não perderão o interesse no Brasil por causa de um governo petista. Ele afirmou que a questão da dívida é "um caso encerrado" e previu a volta de investimentos no país dentro de seis meses. Texto Anterior: Conferência critica o plano econômico Próximo Texto: Críticas ao estatuto da advocacia são úteis Índice |
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