São Paulo, sábado, 6 de agosto de 1994
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Desemprego e subemprego atinge 21% da população

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Pesquisa de nível de emprego do IBGE constatou que no primeiro semestre de 94 21% da população economicamente ativa de seis capitais e periferias estava desempregada, trabalhando de graça ou ganhando menos de um mínimo.
Foram pesquisadas as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Havia 16,29 milhões de pessoas economicamente ativas disputando o mercado de trabalho.
Isso significa que 3,4 milhões de pessoas estavam desempregadas ou subempregadas.
São 900 mil desempregados, 250 trabalhando sem remuneração e 2,25 milhões ganhando menos de um mínimo. No mesmo período de 93, o percentual de pessoas na mesma situação era de 20%.
A situação é mais grave nas regiões mais pobres do país. O desemprego ou subemprego atingia 38% em Recife, e 32% em Salvador. Em Belo Horizonte é de 26%, no Rio, 18%, em São Paulo, 17%, e 16% em Porto Alegre.
Para Chyrlene Ramos de Souza, coordenadora da equipe de Análise de Emprego e Rendimentos do IBGE, os números são indicadores alarmantes da situação do mercado de trabalho no país.
Com relação ao desemprego direto, a pesquisa constatou uma pequena queda, de 0,22 ponto percentual no primeiro semestre deste ano na comparação com o de 93.
O indicador caiu de 5,68% para 5,46%. O número do desemprego brasileiro poderia ser considerado confortável se comparado com alguns países ricos da Europa. Em 93, a Espanha fechou com 22,3%, a França com 12%, Itália, 11,7%.
Mas Chyrlene de Souza adverte que a comparação não é adequada. Em primeiro lugar, o IBGE não tem uma medida exata da economia informal, onde está grande parte da população do Brasil.
Embora no primeiro semestre o desemprego no Brasil tenha caído, em junho ele aumentou, na comparação com maio, passando de 5,18% para 5,42%.
Segundo Chyrlene, historicamente o desemprego cai em junho. Para ela, a inversão já pode ser um sintoma de queda da atividade pela implantação do Plano Real.
Houve também uma queda de aproximadamente 2% no rendimento médio das pessoas ocupadas em maio em relação a abril.

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