São Paulo, sábado, 6 de agosto de 1994
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Relator não vê 'indícios de envolvimento'

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O ministro-relator do processo no STJ (Superior Tribunal de Justiça), Costa Leite, votou contra o recebimento da denúncia.
Ele justificou seu voto afirmando que, se houve fraude na importação dos equipamentos de Israel a partir do protocolo assinado por Quércia, "não existem indícios razoáveis de envolvimento do governador".
Paulo Roberto Saraiva da Costa Leite é gaúcho. Nasceu em Porto Alegre em 3 de janeiro de 1949. Foi indicado para o STJ pelo então presidente Figueiredo, tendo sido assessor jurídico da Presidência da República durante o seu governo.
O relator é um juiz conhecido pela preocupação em despachar com rapidez e pela forma incisiva como defende seus argumentos.
Ao conceder liminar em reclamação do Ministério Público Federal, contra decisão do juiz João Carlos da Rocha Mattos, que eximira previamente Quércia e Fleury das investigações, Costa Leite foi além do solicitado pelo MPF. Determinou que os autos subissem imediatamente para o STJ, para evitar novos adiamentos.
Durante o processo, não deferiu pedido da defesa de Quércia para antecipar o julgamento.
Sollberger
O subprocurador-geral da República Paulo Sollberger tem 62 anos de idade, nasceu na Suíça e naturalizou-se brasileiro.
Quando ofereceu denúncia contra Quércia, afirmou que aguardava "chumbo grosso", sabendo da reação que enfrentaria. Não vê objetivo político no inquérito, nem mesmo na sua origem, em São Paulo.
Já ofereceu denúncia contra o ex-governador Roberto Requião, em queixa-crime por calúnia movida por Quércia. Sollberger entendeu que Requião –um inimigo político do ex-governador paulista– ofendera a honra de Quércia.
Como advogado, exerceu vários cargos no serviço público (no antigo Dasp e no Departamento Nacional de Telecomunicações) antes de fazer carreira no Ministério Público Federal (como procurador, subprocurador e até ser indicado para a Corte Especial do STJ).

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