São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994
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Antarctica marca um tento

DA REPORTAGEM LOCAL

A recessão forçou as empresas a se tornarem mais enxutas, produtivas e eficientes. Com o Antarctica não foi diferente.
Acostumada, até 91, a conviver com um mercado comprador, a cervejaria percebeu que precisava mudar quando os copos começavam a esvaziar.
Iniciou pela reestruturação e automação das fábricas, em 92. Depois foi a vez de rever o funcionamento das áreas contábil e de marketing. O programa de reengenharia termina no final de 95.
Seu principal objetivo: auxiliar a empresa a colher bons resultados atuando num mercado extremamente competitivo e 20% mais magro do que em 1991.
A fórmula parece certa. A Antarctica Paulista, a principal de um grupo de 23 empresas, obteve uma rentabilidade de 16,5% no ano passado, o que a coloca na segunda posição entre as maiores empresas deste Folha 300.
A companhia fechou 93 com faturamento de US$ 1,5 bilhão, o mesmo que registrado em 92.
O lucro líquido bateu na casa de US$ 133 milhões. Isso representa uma queda de 14% em relação a 92.
A Antarctica, segundo pesquisa Nielsen de abril/maio, ocupa o segundo lugar do mercado, com 29,8% de participação. A líder é a Brahma, com 33,7% do total.
Como a guerra de mercado entre as duas marcas tem sido travada com ações barulhentas, a Antarctica depejou em marketing e propaganda, em 93, US$ 25 milhões - US$ 15 milhões para cerveja.
Para este ano, a expectativa da empresa é crescer 10% em vendas.
Até março, a Antarctica registrou uma recuperação de 5% no volume físico de vendas.
"Com a chegada do plano, que deverá trazer uma melhora do poder aquisitivo, estamos otimistas", afirma Anibal Desoz, assessor de planejamento econômico e financeiro da Antarctica.
Os investimentos da Antarctica Paulista para este ano concentram-se em duas fábricas.
Em novembro, a empresa inaugura uma unidade em Natal (RN), que consumiu US$ 20 milhões.
A empresa iniciou ainda a construção de uma unidade em Cuiabá (MT), com investimento total estimado em US$ 90 milhões.

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