São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994 |
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Geada impede maior declínio após o real
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Os números são de estudo do economista Fernando Montero, da consultoria Mendonça de Barros & Associados. "Os efeitos da geada diluiu a queda de preços", diz ele. O objetivo do estudo foi estabelecer em cada momento, desde fevereiro, quais foram os fatores que pressionaram os preços. A cesta básica foi subdividida em três grupos de produtos: 1) bens industrializados (que inclui margarina, leite em pó, macarrão, produtos de higiene e limpeza, biscoito, queijo e açucar); 2) semi-manufaturados (café, extrato de tomate, oléo de soja e farinhas); e 3) básicos (arroz, feijão, tubérculos, ovos, carnes e embutidos). Cada um deles apresentou um determinado comportamento. As pressões altistas se concentraram em dois momentos: na introdução da URV e na passagem do cruzeiro real para o real. No primeiro momento, a pressão altista foi exclusivamente um efeito do aumento das margens da indústria e do comércio sobre os preços dos industrializados e dos semi-manufaturados. Enquanto a cesta básica subiu o equivalente a R$ 8,30 (média de novembro a fevereiro contra segunda quinzena de maio), as margens cresceram o equivalente a R$ 9,40. No virada, as pressões altistas tiveram duas origens distintas: nova rodada de elevação das margens e aumento dos preços no atacado resultantes da geada. A queda de preços apurada até o dia 5 de agosto reduziu o custo total da cesta em R$ 6,70. As margens sobre produtos industrializados e semi-manufaturados foram reduzidas em R$ 4,70 –o que devolve todo o aumento na virada para o real e parte da elevação provocada com a introdução da URV. A queda da margem sobre os produtos básicos foi, no mesmo período, de R$ 1,70, o que é insuficiente para anular a elevação da virada. A pressão altista do atacado reduziu-se em R$ 0,40. Texto Anterior: Cesta básica ainda precisa cair 15,91% Próximo Texto: Sistema tributário deve ser cumprido Índice |
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