São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994
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Menores certezas

DEMIAN FIOCCA

Os índices de inflação de julho, mais altos do que o esperado, trouxeram novas incertezas a um cenário que parecia quase consensual.
Algo ao redor de 5% era esperado para julho devido à corrida dos preços no final de junho e aos arredondamentos na conversão à nova moeda. Os 6,95% calculados pela Fipe mostraram, entretanto, que os preços continuaram subindo. As quedas do início do mês, devidas principalmente aos altos juros, foram sobrepujadas pelos movimentos de alta.
Para o mês de agosto, continuam praticamente unânimes as opiniões especializadas de que a inflação será menor. Pois ainda que os preços mantenham a rota ascendente percorrida ao longo de julho, não sofrerão mais o efeito da turbulência ocorrida na entrada do plano.
Como em agosto a inflação já estará isenta dessa turbulência e, portanto, tende a ser baixa, uma nova queda em setembro torna-se mais incerta.
Há os que continuam prevendo para o próximo mês índices inferiores aos de agosto, mas já há quem acredite que eles voltarão a subir.
A diferença de 4% entre a URV e a inflação em junho, somada aos 7% de julho resultaram em perdas salariais. Uma inflação novamente ascendente pode gerar fortes tensões.

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