São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994
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Paz em Sarajevo faz 'órfãos'

The Wall Street Journal
De Nova York

DE NOVA YORK

Quando as bombas de morteiro e o fogo de franco-atiradores atingiam o orfanato Bjelave, em Sarajevo, os órfãos se escondiam no porão.
Lá, o mundo todo (pelo menos as câmeras e repórteres) parecia compartilhar do sofrimento deles.
A publicidade resultou na transferência de um grupo para a Itália e de outro para a Alemanha. Um jornalista europeu até adotou uma das crianças, diz o "Wall Street".
Mas os 44 órfãos que lá ficaram se sentem abandonados novamente. Uma série de tréguas diminuiu os bombardeios sobre a capital da Bósnia e levou câmeras e jornalistas para o próximo desastre.
Algumas das crianças sobem ao teto para consertar os buracos causados pelas bombas. Pedaços de madeira do sótão e dos batentes são usados para fazer fogo quando falta água ou luz, segundo o jornal "Wall Street".
"Quando você está abandonado, faz o melhor que pode", diz ao "WSJ" o diretor do orfanato, Amir Zelic.
"Costumávamos dar de sete a oito entrevistas por dia. Hoje, ninguém mais se importa com Bjelave", disse Zelic.

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