São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
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Quércia passa a criticar adversários na TV

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PMDB à Presidência, Orestes Quércia, passa a usar o horário eleitoral gratuito na TV para criticar a falta de experiência administrativa de seus adversários.
Convencido de que recebeu mais um "atestado de idoneidade" da Justiça, Quércia quer agora demonstar ao eleitor que é o único candidato capacitado para assumir a Presidência.
Os principais alvos do peemedebista a partir de hoje na TV serão os primeiros colocados nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Essa polarização que se tanto fala é artificial", disse o candidato ontem após uma reunião com a equipe que comanda seu programa de TV.
A assessoria de campanha de Quércia confirma a estratégia do candidato.
O peemedebista, por exemplo, pretende dizer que a única experiência de Fernando Henrique Cardoso foi ter elevado "de 20% para 50% o índice de inflação".
Para atacar Lula, o peemedebista vai voltar a falar que o petista nunca passou por um cargo do Executivo.
Quércia disse ontem que o petista não tem experiência em administrar "nem carrinhos de pipoca", frase repetida por ele desde o início da campanha.
Para dar consistência a sua estratégia, Quércia vai falar ao telespectador que nenhum presidente da República chegou ao cargo sem antes ter passado por um governo estadual.
"Eu tenho experiência e o povo aprovou minhas administrações ao eleger como meus sucessores na Prefeitura de Campinas e no governo do Estado as pessoas que eu indiquei", disse.
Justiça

No programa de hoje, o peemedebista vai anunciar a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que, na última sexta-feira, não acatou uma denúncia contra o ex-governador.
Ele era acusado de estelionato no processo que investiga a importação de equipamentos de Israel, sob suspeita de superfaturamento.
Com a decisão, o candidato considera que todas as acusações contra ele foram desmoralizadas.
"Ficou demonstrado que mais essa acusação foi uma armação contra mim", voltou a dizer o candidato ontem.
Segundo ele, a denúncia "foi uma armação política de adversários e de alguns integrantes do Ministério Público que não agem com responsabilidade".
Ele não quis identificar quem seriam esses integrantes do Ministério Público.

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