São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petista ataca aliados de FHC

ARI CIPOLA ; EUMANO SILVA
DA AGÊNCIA FOLHA EDO ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ

O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, usou o comício de Maceió (AL) para seu mais agressivo discurso contra o grupo político que apóia seu principal adversário, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Em tom de provocação, Lula atacou o ex-presidente Fernando Collor de Mello, que é de Alagoas, e seus ex-aliados que agora apóiam o candidato tucano.
O comício foi realizado anteontem à noite em frente à residência de Guilherme Palmeira, ex-vice na chapa de Fernando Henrique.
O senador Marco Maciel (PFL-PE), substituto de Palmeira na chapa de FHC, foi um dos alvos dos ataques.
"Duvido que o FHC tenha coragem de deixar uma única folha de cheque em branco na mão do Maciel. Eu tenho confiança em deixar uma talão inteiro com meu vice Aloizio Mercadante', disse Lula.
Collor, adversário de Lula em 1989, foi comparado a Al Capone, chefe do crime organizado em Chicago (EUA) no início do século. "Muitos aqui votaram em Collor pensando que ele era o Rambo, mas em 1992 descobriram que ele era o Al Capone", afirmou o candidato do PT.
No seus discursos, Lula e Mercadante também atacaram os usineiros de Alagoas. Lula afirmou que os usineiros são "caloteiros" por não pagarem dívidas junto ao Banco do Brasil e Mercadante prometeu reforma agrária nas terras das usinas.
Os ataques à família Collor envolveram também o irmão do ex-presidente, Pedro Collor, que administra o maior grupo de comunicação de Alagoas.
A frente que apóia Lula tentou, mas não consegui anunciar na TV Gazeta, emissora dos Collor e coligada da Rede Globo, a realização de um show que aconteceria após o comício.
O prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa (PSB), fez duros ataques à família Collor.
O presidente do PT de Alagoas, Adelmo Santos, disse que Pedro Collor recusou o anúncio com o argumento de que seria ilegal por fazer propaganda indireta de Lula fora do horário eleitoral.
"O nome de Lula não apareceria nos anúncios, era somente um convite para o show", afirmou Santos. Ele disse que esse tipo de anúncio foi feito pelo candidato do PMDB ao governo de Alagoas, senador Divaldo Suruagy.
Suruagy é o candidato da coligação PMDB, PSDB, PTB, PSD, PC do B e uma dissidência do PFL local liderada por Guilherme Palmeira.
A Folha tentou localizar Pedro Collor pelo telefone em sua residência. A informação foi de estava em vigem pelo interior do Estado.
(Ari Cipola e Eumano Silva)

Texto Anterior: Esquema paralelo protege Lula em AL
Próximo Texto: LULA
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.