São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
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Esquema paralelo protege Lula em AL

ELVIS CESAR BONASSA ; ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA E DO ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ

O candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, fez campanha em Maceió (AL) protegido por um esquema de segurança paralelo montado pelo sindicato dos policiais federais do Estado.
A proteção especial foi executada porque os policiais avaliaram que Lula corria risco de vida porque Alagoas é a terra do ex-presidente Fernando Collor de Mello, adversário do candidato do PT no segundo turno da eleição de 1989.
"Alagoas é o Estado mais problemático para a segurança do Lula", afirmou Jorge Venerando, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais.
A PF é responsável pela segurança dos candidatos à presidência da República. Oficialmente, havia seis agentes protegendo Lula, mesmo número que acompanhou FHC em Alagoas no final de junho.
O esquema paralelo tinha outros 19 policiais acompanhando todos os passos do candidato do PT em Maceió, totalizando 25.
A organização do reforço policial foi decidida em reunião realizada pelo sindicato dos policiais federais em Alagoas.
O clima de confronto em Alagoas foi explicado pelo candidato a vice na chapa de Lula, Aloizio Mercadante.
"No segundo turno da campanha de 1989, chegamos em Maceió ameaçados de morte. Fomos protegidos pela Polícia Civil de Pernambuco", disse Mercadante.
O governador de Alagoas, Geraldo Bulhões (PSC), também deu atenção especial à segurança de Lula. Por ser aliado de Collor, Bulhões temia que um eventual incidente envolvendo o candidato petista prejudicasse seu governo.
Orientada por Bulhões, a Polícia Militar de Alagoas destacou uma escolta policial que acompanhou Lula em toda a sua programação.
Polícia petista
A federação presidida por Venerando tem perfil petista. Consulta feita aos 26 presidentes dos sindicatos que formam a entidade revelou que todos apóiam a candidatura de Lula.
Segundo Venerando, a federação possui 10 mil filiados, sendo que 6.000 estão na ativa. Ele afirmou que o esquema de Maceió pode ser repetido em qualquer outro lugar do país onde a federação julgue que Lula corra risco de vida.
A federação aproveitou a visita de Lula a Maceió para entregar uma lista de reivindicações dos policiais federais. O documento, segundo Venerando, foi pedido pelo comando do PT.(ES e AC)

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