São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
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Reforços procuram vagas nos novos times

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Os reforços estão chegando e a questão, agora, é saber como eles serão encaixados em seus respectivos times.
Por exemplo: Alemão, no São Paulo. Pois se há um time que esteja muito bem estruturado na defesa e no meio-campo, esse é o tricolor de Telê, que a cada jogo mais aprova o sistema 3-5-2, tendo Válber de líbero.
Aliás, se o estilo é o homem, o sistema também. Basta compararmos os titulares do São Paulo com os reservas, que disputavam a Copa Bandeirantes. Ambos jogam com um líbero lá atrás. A diferença é que Válber, dono de um futebol sofisticado e habilidoso, realmente cumpre o papel na sua plenitude, saindo da zaga para o meio-campo e até o ataque com a frequência e a eficiência exigidas pelo esquema. Já Tiago, dos reservas, limita-se a ser um beque de espera e olhe lá. Mais ou menos o que aconteceu com a seleção de Lazzaroni, em 90, lembram-se?
Mas a questão é saber onde entra Alemão nessa história, que tem como personagens centrais Axel, Cafu e Palhinha, no meio-campo, escoltados por Vítor e André nas laterais, com Júnior Baiano, Válber e Gilmar lá atrás. Quem sai?
Axel, afinal, se reencontrou com seu melhor futebol, aquele que, nos tempos da Vila, chegou a levá-lo à seleção. É mais ágil, combativo e versátil que Alemão; Cafu é o grande diferencial da equipe, e Palhinha representa o toque de classe e inteligência que completa o quadro. Algo me diz que vai mesmo sobrar para Vítor, passando Cafu para seu lugar e abrindo uma perspectiva para o Palestra. Mas como entra o Palmeiras na história? Ora, Vítor não haverá de aceitar novamente a reserva. E o ponto mais frágil do Palmeiras é a lateral direita. Logo...

No Corinthians, são, por enquanto, duas as novidades, se levarmos em conta que Souza já deixou de ser. Uma, aparentemente, sem problemas –Branco entra na lateral-esquerda. E, mesmo sem a energia de tempos passados, tendo Zé Elias na cobertura, dali poderá distribuir o jogo com sua categoria indiscutível e aproximar-se da área inimiga para desferir seus mortais disparos de esquerda.
Até aí tudo bem. Mas e Boiadeiro? Uma coisa é certa: se o Corinthians não pode abrir mão de Zé Elias, na cobertura de Branco, tampouco pode se desfazer de Ezequiel, o menos célebre da equipe mas o mais útil. Marcelinho e Viola têm lugares garantidos. Sobram, pois, dois lugares para serem disputados por Marques, um garoto que já merece ser titular, Casagrande, Rivaldo, Boiadeiro e Souza.
Não queria estar nas botas de Jair Pereira, como dizem no Texas, mesmo que Rivaldo seja rifado pelo discreto futebol que vem apresentando em relação ao valor de seu passe. Aqui entre nós, creio que Rivaldo volta para Mogi e acaba no Morumbi, enquanto Casão e Boiadeiro assumem seus lugares no time.
Ah, sim, e Neto? Neto, simplesmente, entra na meia esquerda do Santos, que abdicou de Ranielli, inexplicavelmente. E será aquela montanha-russa: às vezes herói, às vezes vilão. Parece seu destino.
Indiscutível é o fato de que, com a proximidade do Campeonato Brasileiro, não teremos uma disputa interestadual, pois nem mineiros, nem gaúchos, muito menos cariocas puderam reforçar-se como os paulistas, embora a tradição, nesses casos, sempre pese. O Vasco, que vinha sendo uma exceção, parece ter caído no logro de Lazzaroni, e até mesmo na Copa Brasil pagou o preço desse passo em falso. Ricardo Teixeira até que tentou reestimular velhas rivalidades. Mas, através do regulamento, encontrou o atalho que não leva a lugar nenhum.

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