São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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Brasileira é barrada nos EUA e diz ter sido algemada

ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

A secretária Corina Brasil, 28, foi impedida de entrar nos Estados Unidos anteontem. Ela diz ter sido acusada de ser estelionatária e de estar com documentos falsos.
Segundo a Polícia Federal brasileira, o passaporte e os documentos de Corina são verdadeiros.
Corina diz ter sido algemada, por 12 horas, sem poder comer ou beber água em uma sala do aeroporto JFK, em Nova York.
Ela saiu de São Paulo no domingo, dia 7, às 22h, em vôo da Vasp com destino a Nova York.
Estava com o passaporte com visto de entrada nos EUA válido por até quatro anos. Além do passaporte, Corina tinha US$ 3.000, reserva em hotel e passagem de volta.
Ela disse que pretendia voltar dentro de 15 dias, depois de passar por Miami e Orlando.
Segundo Corina, ao chegar ao aeroporto JFK, foi algemada e levada a uma sala. Ela disse que, logo depois, foi interrogada por policiais federais dos EUA.
O interrogatório teria sido acompanhado por intérprete, pois Corina não fala bem inglês. "Onde você comprou este passaporte?", teriam perguntado, segundo ela.
Corina respondeu que não havia comprado nada, que o passaporte era dela e teria mostrado outros documentos e um cartão de crédito internacional para comprovar.
"Esses documentos são todos falsos. Nós já sabíamos que você viria", teriam dito.
A pessoa que esperava Corina no aeroporto contratou um advogado para acompanhar a situação.
Entretanto, ela disse ter sido mantida incomunicável , junto a outras pessoas que também estavam aguardando a extradição.
Às 22h de anteontem (hora de Brasília), Corina deixou Nova York com destino a São Paulo, onde chegou às 6h30 de ontem.
Antes de partir, ainda teria sido obrigada a assinar um documento no qual afirmaria estar sendo deportada voluntariamente.

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