São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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Estado nega deterioração

DA REPORTAGEM LOCAL

O coordenador-adjunto do Projeto Tietê, Lineu Alonso, 43, do governo estadual, afirmou que a situação do rio Tietê "não está melhorando e nem está piorando".
Ele considera que não há contradição com a publicidade do governo, que promete uma redução de 50% da poluição até o final do ano.
"A situação só vai melhorar quando as estações de tratamento de esgoto em construção estiverem funcionando", disse.
Alonso afirma ainda que o IQA não é um bom índice para medir a redução da carga orgânica no rio.
Segundo ele, o IQA não pode ser adotado isoladamente, sem levar em conta as médias das chuvas.
"Quando não chove, o índice representa uma concentração maior de carga orgânica", disse.
O aumento de volume das águas por causa das chuvas facilita a diluição da carga poluidora jogada no rio.
Alonso disse que o IQA é uma tentativa simpática de traduzir para o leigo a situação do rio. "Mas é extremamente errado quando não leva em conta as chuvas."
O IQA "péssimo", constatado nas últimas seis avaliações, engloba todo um ano, incluindo as estações mais e menos chuvosas.
Alonso ressalvou que o IQA não mede o combate à poluição de efluentes industriais, etapa do programa de despoluição mais avançada.
Entidade
O geógrafo Mário Mantovani, 38, do Núcleo Pró Tietê da Fundação SOS Mata Atlântica classificou o IQA como um índice seguro de metodologia consolidada.
Para ele, o governo deveria dizer que o IQA é a referência para a sociedade acompanhar a despoluição do Tietê. "Mas nem isso está acontecendo", afirmou.
Ele cobrou ainda uma definição do governo sobre a referência técnica para medir a despoluição. "Conheço gente que deu a vida pelo IQA e agora os políticos querem relativizá-lo."

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