São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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Cantor introduziu som negro na MPB

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é por acaso a aposta da Sony na fase Jovem Guarda de Roberto Carlos.
A moda sertaneja passou e, com ela, o precursor Roberto Carlos. A moda romântica terminou e, junto, o avatar Roberto Carlos. O roquinho se foi e, com ele, o pai Roberto Carlos.
Resta apenas um elemento intacto na obra do "rei": o fato de ele ter sido também o introdutor do pop negro na música brasileira. E agora é "in" e teen o pop negro.
O músico demonstrou desde o início que sua filiação é menos Elvis Presley que o doo-wop, o rock que a balada soul e o rhythm'n'blues.
Seu início foi em 1958 no conjunto The Snacks. Tinha como colegas Erasmo Carlos e Tim Maia.
Erasmo forneceu o peso "black" na parceria, iniciada em 1960. Já em "Splish Splash" há o rock "Parei na Contra-Mão", com miasmas de Chuck Berry. "Quero que Vá Tudo Pro Inferno" (1966) é influenciado pelo primeiro Marvin Gaye. Descarado o R&B em "Louco Não Estou Mais" de "É Proibido Fumar".
Jorge Ben teve de onde sair. Até 1970, Roberto lança anualmente pelo menos uma faixa "black". São composições da parceria, de Getúlio Côrtes e Tim Maia.
Lança Côrtes em 1966 com a nigérrima "Negro Gato". O rock "O Sósia", de Côrtes, é uma das grandes faixas do melhor disco de Roberto, "Em Ritmo de Aventura", de 1967. De Tim Maia , canta em 1970 o funk-soul "Não Vou Ficar". Hoje dietético, o "rei" já soou indigesto.
(LAG)

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