São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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Palanques partidos

Antes mesmo do primeiro turno, já se pode antecipar o grande derrotado. É o atual quadro partidário brasileiro. Não há como discordar da afirmação do ex-governador do Paraná Álvaro Dias, de que a eleição "está mostrando com clareza que o artificialismo partidário é mais grave que se imaginava".
Um artificialismo que gera situações burlescas. No Paraná, os dois grandes adversários (Álvaro Dias e Jaime Lerner) querem subir no mesmo palanque presidencial, o de FHC, que tem apoio público de Dias, mas cujo partido, o PSDB, figura na coligação de Lerner.
Há Estados, como Mato Grosso, em que um dos candidatos ao governo local, Dante de Oliveira, tem o direito de usar todos os quatro principais palanques presidenciais, dado que sua coligação reúne os partidos de Lula, FHC, Brizola e Quércia. Para completar o grotesco, o rival de Dante tem o apoio de PFL e PTB, os dois partidos coligados ao PSDB de Fernando Henrique.
Em meio a essa poluição partidária, o eleitor está condenado a fazer a sua escolha com base em critérios puramente pessoais, jamais partidários.

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