São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
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Campanha limpa

A decisão do Tribunal Regional Eleitoral paulista de dar um prazo para os partidos e candidatos tirarem das ruas toda a publicidade irregular não pode deixar de ser saudada como um avanço. É evidente que, diante da enormidade dos problemas de que o país padece, a poluição visual provocada pela propaganda dos candidatos pode até ser considerada uma questão menor.
Ainda assim, é sempre bom lembrar, quem acaba pagando a conta da publicidade irregular é o contribuinte. Os candidatos espalham pela cidade toneladas de cartazes e pintam muros que depois são limpos às expensas das prefeituras, ou seja, de cada cidadão. A sociedade já gasta uma parcela considerável de recursos para financiar o horário eleitoral pelo rádio e TV e é inadmissível que tenha também de pagar para limpar a sujeira provocada por aqueles que aspiram a um cargo eletivo.
É óbvio que essa decisão da Justiça Eleitoral está ainda muito longe de afastar da campanha a imensa rede de irregularidades que a cerca. Ainda assim, no Brasil hoje, mandar cumprir a lei é sinal de coragem.

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