São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994
Texto Anterior | Índice

O melhor atlas

"Como assinante da Folha, iremos receber o Atlas Geográfico Mundial. Aproveitamos para enviar, também grátis, um mapa histórico e raro: o mapa do Estado de São Paulo de 1907 (detalhe reproduzido acima). A propósito, não estamos estabelecendo comparações. Contudo, o Atlas do 'Times', versão Folha, será realmente o melhor e o mais atualizado dos existentes não somente pelas questões geopolíticas atuais (como divulgado), mas pela simples razão tecnológica e educacional: o método de representação cartográfica das convenções altimétricas, indicativas das formas do relevo, utiliza o sombreado plástico. É o que observamos no Especial-Atlas Folha, 17/06, pág. 1. Neste mostra o relevo terrestre (América do Sul) como se fosse em terceira dimensão (saliência), com uso de efeitos de sombras esbatidas. Portanto fornecerá aos leitores precisão e maior realidade visual. O Atlas do 'Readers Digest' segue também esta técnica. Não obstante, para maior análise da eficiência educacional, precisaremos ter os fascículos. Aguardemos, pois."
Dulcídio Dibo, professor de geografia (São Paulo, SP)

Mentirosos e o real
"O jornalista Gilberto Dimenstein teceu uma série de considerações sobre o presidente Itamar Franco em função da declaração insinuando a existência de mentirosos no govern. Curiosamente, todas observações levantadas são de ordem política, pessoal ou psíquicas, mesmo porque a afirmação do presidente está correta. Quanto a isso publiquei artigo na coluna de Opinião Econômica da Folha, no dia 29/08. Como membro da comissão que analisou a disponibilidade de recursos para o reajustes dos servidores, posso afirmar que, além dos representantes dos funcionários públicos, a Secretaria da Receita Federal acusa um crescimento da arrecadação tributária. Os técnicos do Planejamento também detectaram uma disponibilidade de recursos orçamentários para pessoal. A real sangria tem sido o pagamento das altíssimas taxas de juros da dívida pública."
Américo Kerr, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

"Como podemos crer no sucesso do real se nem mesmo o presidente crê nos números da sua equipe econômica?"
Luiz Eduardo Michelazzo (Amparo, SP)

"Nosso ministro da Fazenda e a grande mídia vêm tentando convencer o povo de que o sucesso do Plano Real consiste em não comprar. Isto é, estão transferindo para a sociedade a responsabilidade pelo destino do plano. Querem que os produtores continuem produzindo, mantenham as pessoas empregadas, paguem salários e não vendam. Esquecem que sem produção não há emprego, sem emprego não há renda, sem renda não há consumo e sem consumo não há produção."
Clovis Fernando Dias Machado (Niterói, RJ)

Empregos e competição
"O artigo do professor Paulo Renato Souza (Tendências/Debates, 7/08) insiste em dois equívocos: considerar que a 'integração social interna é incompatível com o paradigma da competição internacional'; considerar que a integração do Brasil na economia mundial, defendida por FHC, seria capaz de distribuir renda junto com o crescimento econômico. A Frente Brasil Popular, com Lula, propõe uma política agressiva de criação de empregos com investimentos compartilhados entre Estado e iniciativa privada, privilegiando os setores com alto potencial de emprego como condição básica para a distribuição de renda. O dilema está em incentivar os setores de maior potencial de geração de empregos sem desestimular os setores de ponta, que concretizam o seu processo de modernização independente do Estado."
Francisco José da Costa Alves, professor da Universidade Federal de São Carlos (São Carlos, SP)

Efeito Escobar
"Ruth Escobar errou e retratou-se. Mas uma coisa ficou clara: FHC é estudado e Lula não, o que facilita em parte a escolha de muitos eleitores."
Nelson Pereira (Porto Feliz, SP)

Institutos de pesquisa
"Lendo areportagem dessa Folha acerca da caótica situação dos institutos de pesquisa do Estado de São Paulo, venho informá-los que o caso do Instituto Adolpho Lutz merece especial destaque. A biblioteca do Adolpho Lutz é a única a possuir a coleção completa dos relatórios da Secretaria da Agricultura. Todavia, para minha surpresa, recebi a triste notícia de que uma boa parcela dos periódicos encontram-se encaixotados há quase dois anos."
Jorge Luís Mialhe, do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista –Unesp– campus de Rio Claro (Rio Claro, SP)

Trabalho em casa
"Complementando a informação da reportagem 'Estudo mostra neura de trabalhar em casa' (7/08): nós aderimos a essa idéia muito antes, três anos atrás, quando deixamos um andar de 100 metros quadrados a 30 metros da Paulista e fomos para um pequeno escritório no Itaim, que só usamos para base, recepção e show-room. Começamos trabalhar em nossas casas e desenvolvemos um software aplicativo, com equipamentos que permitem o contato entre nós. Nosso rendimento em uma tarefa criativa é muito mais efetivo com esse esquema. Não perdemos contato social e auto-estima."
Jorge Alberto Catino (São Paulo, SP)

SBPC e o aborto
"Perplexidade! Esta é a palavra ao ler que a SBPC admite o aborto para casos de malformação. Isto significa que a sociedade científica passa a partir de hoje a colocar limites à ciência nunca dantes pensados, ou melhor, limites à investigação científica. Com essa decisão fecham-se as portas para os pesquisadores que queiram conhecer melhor os mecanismo de malformação e buscar uma resposta terapêutica."
Valdir Reginato, diretor-geral da Medlar –Medicina Familiar e Preventiva (São Paulo, SP)

Religiosos na política
"O sr. Mário Luiz Pereira foi assaz polido com o leitor londrinense Luiz E. Bueno. O missivista do Paraná, contudo, não concedeu o mesmo tratamento urbano a d. Luciano Mendes de Almeida. Pelo contrário, foi terrivelmente descortês, comparando o discurso do ínclito prelado católico a 'abobrinhas'. Será que ele já ouviu falar em doutrina social da Igreja Católica? E quanto ao santo padre em suas viagens ao Brasil, fez-lhe ouvidos moucos?"
Edson Luiz Sampel, advogado canônico provisionado pela Arquidiocese de São Paulo (São Paulo, SP)

Maluf e as artes
"Caro prefeito Paulo Maluf, não basta acabar com o corpo de baile municipal. Faça o serviço completo! Acabe também com a orquestra, o coro, as galerias de arte, as editoras, as escolas... Só assim vo sr. será lembrado pela história como o implantador da Nova Idade Média em São Paulo."
Maria Tereza Moranduzzo (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Frei Tito, 20 anos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.