São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994 |
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Equalização dos juros é o principal risco
BRUNO BLECHER
O risco maior não é o incentivo aos micro e pequenos produtores –brindados com crédito a taxas favorecidas–, mas a equalização dos juros e ampliação da equivalência-produto, que agora passa a atender os produtores de soja. Ninguém sabe ao certo qual será o rombo. As apostas variam de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão. "O governo poderia ter optado por caminhos mais modernos, em vez de reintroduzir o subsídio", diz Pedro Camargo Neto, presidente da Sociedade Rural Brasileira. Entre as "opções modernas", Camargo Neto cita a redução da carga tributária e a política compensatória para a importação de produtos agrícolas subsidiados em seus países de origem. Para Fernando Homem de Melo, economista da USP, o plano revela um erro de diagnóstico. "O setor rural queria ficar livre da TR, quando devia brigar pela redução da taxa de juros acima da TR", diz Melo. Segundo o economista, no prazo de 40 dias a agricultura sofreu dois grandes choques, que trazem a perspectiva de rentabilidade bem mais baixa na próxima colheita. Primeiro veio o choque cambial. Com o dólar a R$ 0,88 e inflação de quase 8%, a perda cambial está ao redor de 20%, diz. Logo em seguida, veio a queda dos preços internacionais, como resultado da divulgação, em julho, da previsão de safra dos EUA. A soja, vedete desta temporada, deve perder terreno. Já a sorte dos produtos básicos fica na dependência do sucesso do Real e de sua promessa de recuperar o poder aquisitivo da população. Texto Anterior: Pacote sai com subsídio de US$ 600 milhões Próximo Texto: Setor critica utilização da TR Índice |
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