São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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Campanha vai deixar de ter comando 'sindical'

AMÉRICO MARTINS

AMÉRICO MARTINS ; EDNA DANTAS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

EDNA DANTAS
O PT decidiu mudar o eixo da sua campanha presidencial por avaliar que estava cometendo os mesmos erros da eleição de 89.
Os petistas pretendem adotar uma postura mais profissional, deixando de lado o que eles classificaram de "comando sindical'.
Na avaliação do partido, em 89, a campanha se limitou excessivamente aos interesses de pequenos grupos próximos do PT.
A agenda é um exemplo do que deve ser alterado. Lula deve evitar eventos como a visita de ontem ao estaleiro Emaq, no Rio.
No início da tarde, Lula enfrentou um calor de 30 graus e uma distância de 25 quilômetros entre o centro da cidade e a Ilha do Governador (zona norte) para visitar o estaleiro –uma empresa de 2,4 mil empregados liderados pela máquina sindical petista.
Na nova avaliação da coordenação, esse tipo de encontro não beneficia a candidatura presidencial, porque só mobiliza a própria militância do partido.
No final do dia, Lula fez uma passeata entre a Candelária e Cinelândia, no centro da cidade, reunindo ao final cerca de 3 mil pessoas (avaliação da PM) e 15 mil (segundo os organizadores).
A partir de agora, Lula só deverá participar de grandes eventos, como comícios nas principais cidades, especialmente nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio –os maiores colégios eleitorais do país. Além disso, o candidato fará muitas visitas ao Nordeste.
O candidato a vice em sua chapa, deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP), se encarregará de eventos com público mais restrito.
Com a queda nas pesquisas, os petistas definiram também que Lula deverá participar de quatro debates antes do primeiro turno.
Ontem pela manhã, também no Rio, Lula participou do "Fórum Cristão com Candidatos à Presidência" promovido pela Associação Evangélica Brasileira.
O petista foi sabatinado por representantes de 200 entidades evangélicas. Eles quiseram saber a posição pessoal de Lula sobre a legalização do aborto e o casamento entre homossexuais.

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