São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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Falta de recursos causa crise na Baixada Santista

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Quatro dos maiores hospitais da Baixada Santista estão em crise por causa do atraso nos pagamentos do governo federal.
A Santa Casa e o hospital dos Estivadores, em Santos, e os hospitais São José (São Vicente) e Santo Amaro (Guarujá) ameaçam restringir o atendimento ao SUS (Serviço Único de Saúde).
Na Santa Casa, o maior hospital da região e mais antigo do Brasil –com 453 anos–, a dívida do Ministério da Saúde é de cerca de R$ 3 milhões. Dos 750 leitos, 65% são destinados ao SUS.
"O governo federal, não podendo controlar a natalidade, está nos obrigando a administrar a mortalidade", disse o provedor do hospital, Manoel Lourenço das Neves.
O secretário de Saúde de Santos, Claudio Mayerovitch, responsabiliza o Ministério da Fazenda pela crise no setor.
Segundo ele, "cada US$ 1.000 retidos pelo governo representam 60 mulheres que podem morrer por falta de curetagem, 2 trabalhadores condenados à invalidez e 500 consultas não realizadas".
Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que em 1991, a prefeitura investiu no setor 13,13% do orçamento.
Mayerovitch disse que em 1993, aumentou a participação da prefeitura, caindo as verbas federais e estaduais. A prefeitura gastou US$ 18,1 milhões no ano passado.
Segundo o secretário, em 93 o governo federal repassou recursos equivalentes a 13,7% dos gastos. O Estado enviou 0,18% do total.

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