São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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Hospital tem material apenas para 15 dias

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Nos hospitais Santo Amaro, no Guarujá, São José, em São Vicente, e Estivadores, em Santos, é cogitada a hipótese de reduzir o atendimento a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
Com a redução, o atendimento aos pacientes deve piorar na Baixada Santista. Hoje, a espera por uma internação para cirurgias pode demorar até seis meses (leia texto ao lado).
Juntos, eles aguardam desde maio o recebimento de mais de R$ 2 milhões por parte do Ministério da Saúde, dinheiro referente aos atendimentos de pacientes conveniados ao SUS.
No hospital dos Estivadores, em Santos (72 km a sudeste de São Paulo), a diretora Diva da Silva Nascimento disse que o Estivadores possui material médico suficiente para os próximos 15 dias.
"Depois disso, caso não seja regularizado o pagamento, não sei como vamos trabalhar", disse.
O hospital, segundo Diva Nascimento, não recebe dinheiro do Ministério da Saúde desde maio. "Os médicos estão sem receber seus salários desde maio", afirmou.
O governo federal deve ao hospital dos Estivadores R$ 1,2 milhão em repasses atrasados do SUS, segundo a diretora.
O hospital dos Estivadores possui 307 leitos, todos destinados aos atendimentos do SUS.
Guarujá
O Santo Amaro é o único hospital de Guarujá (87 km a sudeste de São Paulo) que atende pelo SUS. O hospital possui 370 leitos, sendo 270 para o SUS.
"Diante da falta de perspectiva em receber o que o governo nos deve, não resta dúvida que irão acontecer problemas no atendimento", disse o diretor do hospital Santo Amaro, Rui de Paiva.
Em São Vicente (67 km a sudeste de São Paulo), o hospital São José fez um empréstimo de R$ 30 mil no Banco do Brasil.
"O dinheiro é para manter a unidade aberta por mais uma semana", afirma o secretário municipal de saúde, Arthur Chioro.
Segundo Chioro, o Ministério da Saúde deve ao São José R$ 433 mil em repasses atrasados, referentes a junho e julho.

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