São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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Brasil tem perfil peculiar

ELY BELOTTO;ANTONIO CARLOS SCHIAVETTO

ELY BELOTTO ; ANTONIO CARLOS SCHIAVETTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O mercado brasileiro de informática apresenta perfil muito peculiar quando comparado ao mercado mundial. Isso é uma das consequências do processo de reserva a que o mercado foi submetido.
Agora, ele deve evoluir de forma mais natural e gradativamente, adquirir perfil semelhante ao do mercado mundial.
O mercado brasileiro de sistemas de informação apresentou um comportamento bastante irregular no período considerado, com as taxas de crescimento variando de maneira bastante aleatória. Isso pode ser atribuído, em grande parte, aos altos e baixos da nossa economia durante esse período.
A partir dos dados publicados pela SEI/Depin no documento Panorama de Informática de 1991, calculamos a comercialização líquida de produtos, de acordo com a segmentação adotada no modelo internacional, para 88, 89 e 90.
Para os anos de 91 e 92 trabalhamos com estimativas construídas a partir de publicações diversas e do levantamento do faturamento das principais empresas do setor, publicados em seus balanços e levantados pela Austin Asis.
Os dados de 1993, resultantes da pesquisa feita junto às principais empresas do setor, apontam um crescimento, naquele ano, de 8,33% no mercado brasileiro, estimado por diversos analistas em cerca de US$ 6,5 bilhões.
Seguindo o modelo internacional, o mercado brasileiro é segmentado em linhas de negócios/produtos (quadro ao lado).
Em valores absolutos, o mercado brasileiro representa cerca de 2% do mercado mundial.
O mercado brasileiro apresenta, ao longo dos anos, presença de grandes sistemas bastante superior ao do mercado internacional. Essa distorção tende a se corrigir ao longo dos anos, particularmente após o fim da reserva de mercado.
Sistemas médios não encontraram muito espaço no Brasil. Sua participação cai anualmente, sem ter atingido o perfil do mercado internacional, que, embora também venha apresentando queda no índice de participação, chegou em 87 a representar 10,7% das vendas.
O segmento de micros apresenta muito espaço de crescimento, se comparado o perfil brasileiro ao internacional. Em 1993, 8,6% das vendas de sistemas de informação no Brasil foram PCs, enquanto no mundo a taxa foi de 15,1%.
O Brasil apresenta uma defasagem de quase cinco anos em relação ao perfil internacional para workstations. Em parte essa defasagem se deve ao fato dos fabricantes internacionais não terem definido políticas comerciais e de marketing adequadas para esses produtos em nosso mercado.

Ely Belotto e Antonio Carlos Schiaveto são diretores da Ilay Informática.

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