São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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Publicitária contraiu dengue em Porto Rico

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A publicitária cearense Lília Avelar, 33, diz que nunca esquece a primeira vez que viajou para o exterior, em 1981.
No sétimo dia de sua estadia em San Juan, capital de Porto Rico (Estado-Associado aos EUA situado no Caribe), descobriu que havia contraído dengue.
A doença, causada por um vírus, é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Ela é epidêmica na região do Caribe.
Lília foi a San Juan procurar um namorado que havia conhecido dias antes na praia de Jericoacoara, no Ceará.
Apaixonada, ela disse que ficou abalada porque o namoro "não rolou mais" e atribuía o fato "à febre e à moleza" que sentia no corpo.
A publicitária lembra que viveu uma situação engraçada quando resolveu consultar um médico porto-riquenho para obter um diagnóstico.
"Falando em espanhol, o médico dizia que eu tinha 'dengo'. Eu retrucava dizendo que não era dengosa e que estava doente realmente, que não era frescura de quem está com dor-de-cotovelo", disse Lília.
Na época, ainda não havia ocorrido epidemia de dengue no Brasil e era a primeira vez que ela ouvia falar da moléstia.
"Fiquei apavorada porque pensei que era uma doença grave. Só fiquei tranquila quando o médico disse que o meu caso não precisava de internação", afirmou a publicitária.
Como em San Juan o serviço de saúde é em sua maioria privatizado, a exemplo dos Estados Unidos, Lília disse que teve de tirar do bolso os U$ 50 necessários para as despesas médicas.
Sem dispor de plano de assistência ou seguro-saúde, ela disse que as despesas só não foram maiores porque o médico que a atendeu era irmão da única amiga que ela tinha em San Juan. O profissional fez um desconto especialmente para ela.
Como era uma estudante tipicamente "mochileira" na época, Lília afirmou que as despesas para o tratamento da doença pesaram consideravelmente em seu orçamento de viagem.
O "rombo" abreviou em dois dias o roteiro estabelecido inicialmente.

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