São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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Cartão de assistência exige boa pesquisa

CARLOS KAUFFMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Não há cartão de assistência no exterior igual a outro. Isso implica para o turista muita pesquisa antes de escolher o produto mais conveniente para a sua viagem.
O quadro acima detalha as principais características de 17 planos de assistência, oferecidos por oito das maiores empresas do mercado de cartões.
Como as diferenças nos tipos de serviços –coberturas médicas, seguros, franquias, auxílio judicial etc.– são muito acentuadas, o critério de preço é o menos indicado para essa escolha.
Ler todas as condições contratuais do cartão é medida fundamental para não se decepcionar. Ressalvas e isenções de responsabilidade são extensamente tratadas nos contratos.
Coberturas de despesas hospitalares, odontológicas e farmacêuticas, incluídas em todos os cartões, não variam apenas em relação aos valores máximos.
Há dois tipos de cobertura: um acumulativo, em que os gastos com ocorrências médicas vão se somando durante o período da viagem (caso do Isis), e outro que considera o montante da cobertura válido para cada ocorrência ou evento (caso dos demais).
No item gastos médicos, o valor da cobertura por evento pode ir de US$ 2.000 (Prestur Júnior) a US$ 50 mil (Assist-Card Premium e Travel Ace Senior Vip, válidos só para acidentes).
Pelo tipo acumulativo, esse valor vai de US$ 50 mil (Isis B) a US$ 100 mil (Isis A), incluindo traslados e eventuais gastos odontológicos e farmacêuticos.
Mas não pense que a liberação desses valores é automática em qualquer tipo de ocorrência.
Os cartões têm nos contratos cláusulas que limitam a assistência aos casos de doenças agudas e acidentes. Isto é, a cobertura não se aplica a casos de doenças pré-existentes, conhecidas ou não do titular do cartão.
Um cardíaco que tenha um infarto em viagem, por exemplo, pode ter de arcar com os gastos do tratamento médico. O cartão, nessa hipótese, só se responsabilizaria pelos primeiros socorros.
Se a idéia é frequentar alguma pista de esqui na neve ou sessão de mergulho, é obrigatório perguntar às empresas se a assistência médica cobre eventuais acidentes.
No caso dos esportes de inverno, alguns cartões prestam assistência –desde que o turista utilize pistas oficialmente reconhecidas e que não esteja competindo. Outros cobram um adicional para incluí-los, como os cartões Isis.
Nem todos os planos incluem seguro de vida. Os que contam com o benefício também limitam a sua abrangência.
Em geral, os prêmios só valem no caso de morte acidental. O seguro do Assist-Card, por exemplo, abrange só os casos de morte em até 24 horas após o acidente e não cobre invalidez permanente.
Assistência jurídica é um serviço disponível em alguns cartões, mas há restrições. O cartão pode até auxiliar na procura de um advogado, mas o gasto com honorários fica a cargo do turista.
Os que prevêem coberturas para gastos com honorários –de US$ 1.200 (Travel Ace Master) a um valor ilimitado (Assist-Card Premium)– podem condicioná-las só para os casos de acidentes.
O mesmo ocorre com o empréstimo que pode ser tomado quando é necessária uma fiança judicial para responder a processo em liberdade. Ele só é dado nas ocorrências de acidentes, normalmente de trânsito.
Três dos cartões pesquisados cobram franquias aos seus portadores –o SOS Personelle, emergências médicas (US$ 50), e os cartões Itac Standard e Ouro, se o passageiro pede um empréstimo para assistência financeira (US$ 60).
Quem não conhece os detalhes do chamado "seguro-bagagem" pode se iludir.
Na verdade, a "indenização por perda de bagagem suplementar à da companhia aérea" repara o passageiro só do que não for coberto pela empresa de aviação –e não, como se imagina, que ela irá ser adicionada ao que é obrigação da linha aérea indenizar.
As repatriações funerária (transporte de restos mortais) e sanitária (traslado médico de doente) geralmente não têm limites impostos de cobertura e são serviços prestados por todos os planos de assistência.

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