São Paulo, sábado, 13 de agosto de 1994
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Salário consome 50% do FSE na proposta para 95

MÔNICA IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal pretende destinar cerca de 50% das verbas do FSE (Fundo Social de Emergência) para pagamento de pessoal em 1995.
No projeto de orçamento para 1994, ainda em tramitação no Congresso, boa parte do fundo também foi destinada aos gastos com pessoal, o que gerou críticas por parte de alguns parlamentares.
Afinal, o discurso usado pelo governo quando propôs a criação do fundo, via reforma da Constituição, foi a necessidade de se encontrar uma fonte não inflacionária de financiamento dos programas sociais prioritários.
O governo tem alegado que, mesmo pagando pessoal, a maior parte do FSE está indo para a área social. Os servidores cujos salários são custeados pelo fundo são, justamente, os dos ministérios envolvidos nos programas sociais.
Estabelecido originalmente em cruzeiros reais de abril de 1993, o valor do FSE no projeto de orçamento 94 agora é de R$ 10,3 bilhões aproxidamente.
Em relação a 1995, a distribuição do FSE por área ainda não está definida. Os ministérios ainda estão trabalhando na distribuição dos seus tetos de despesas nos programas de seu interesse.
Limites
O teto global de gastos do Executivo, Legislativo, Judiciário e de outros encargos da União que são não classificados por órgão foi estabelecido inicialmente em R$ 102,11 bilhões.
O número ainda não inclui despesas com a parte da dívida pública representada pelos títulos do Tesouro, cujas cifras ainda não foram definidas para efeitos de programação orçamentária.
O teto do Poder Executivo chega a R$ 69,43 bilhões. Mas tirando despesas com pessoal, dívidas e contrapartidas para empréstimos externos sobram R$ 51,49 bilhões.
Por causa dos gastos com benefícios previdenciários, o maior teto é o do Ministério da Previdência. Em segundo vem o da Saúde, por causa da manuntenção do SUS (Sistema Único de Saúde).
Equilíbrio
O que interessa ao governo na proposta de Orçamento é equilibrar as contas. Por isso, o mais importante são as receitas não-financeiras –fontes que não signifiquem novos endividamentos.
Na proposta preliminar prepara pelos técnicos do governo, a soma das receitas consideradas não-financeiras chegam a R$ 98,43 bilhões –pouco mais do que os R$ 95,5 efetivamente esperados para 1994.
Para não haver déficit, os técnicos do governo avaliam que é destes R$ 98,43 bilhões que terão de sair todo o custeio da máquina pública, os investimentos, as transferências para Estados e Municípios e ainda os juros reais da dívida pública.
No que se refere ao custeio, só as despesas com pessoal são estimadas em R$ 24,17 bilhões para 1995, número próximo ao efetivamente esperado para 1994.

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