São Paulo, sábado, 13 de agosto de 1994
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Brasileiro tem dez jogadores do tetra

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez, o Campeonato Brasileiro de futebol se inicia logo após a conquista de um título mundial pelo Brasil.
O primeiro Campeonato foi disputado no segundo semestre de 1971, quando o tricampeonato de 70 já era passado.
É difícil prever o efeito do tetracampeonato sobre o interesse do público pela disputa. A maioria dos jogadores da seleção atua no exterior, o que pode reduzir o efeito da conquista.
Leonardo, do São Paulo, foi para o futebol japonês, reduzindo o número de tetracampeões que atuam no Brasil.
Dez jogadores, porém, continuam no futebol brasileiro, a começar por três titulares do time de Carlos Alberto Parreira –Branco, lateral-esquerdo contratado recentemente pelo Corinthians; Mazinho e Zinho, meias do Palmeiras.
Ironicamente, o principal reforço do Corinthians é exatamente Branco, um dos jogadores mais criticados em São Paulo durante a preparação da seleção para a Copa dos EUA.
Mazinho e Zinho buscam o bicampeonato pelo Palmeiras. Os dois vivem fases opostas: Mazinho ganhou a posição de titular e se firmou durante a Copa, enquanto Zinho atuou mal e tem no Brasileiro uma chance de se recuperar.
Os reservas
Entre os reservas da seleção brasileira, o que concentra maior expectativa é Viola.
O centroavante do Corinthians é o jogador cujo prestígio cresceu no final do Mundial, ao disputar os últimos quinze minutos da prorrogação na final contra a Itália.
Sua boa atuação fez subir sua cotação, especialmente nas inúmeras homenagens recebidas pelos tetracampeões. O atacante pode ser um dos bons motivos para a torcida encher estádios neste Campeonato.
Cafu, do São Paulo, também disputou a decisão da Copa, entrando no lugar de Jorginho no início do jogo.
Cotado como uma das possíveis atrações da Copa, não teve oportunidade de atuar na meia, por onde jogava no São Paulo.
No esquema 3-5-2 de Telê Santana, no entanto, tem um papel importante e pode ser um destaque do Brasileiro.
Zetti, goleiro do São Paulo e reserva imediato de Taffarel na seleção, tem diante de si a tarefa de mostrar que está em boa forma.
Ficou dois meses sem jogar durante a campanha da seleção. Luta para manter seu prestígio de melhor goleiro em atividade no país.
O atacante Muller, que renovou contrato na semana passada, também exerce função fundamental no esquema de Telê.
O mais experiente de todos os tetracampeões é Gilmar, 35, goleiro do Flamengo e segundo reserva da seleção: ele já ganhou dois títulos brasileiros –em 86, pelo São Paulo, e em 92, pelo Flamengo.
O zagueiro Ricardo Rocha, do Vasco, começou a Copa como titular e se contundiu ainda na primeira fase. Sua transferência para o exterior não se concretizou e ele deve ser a principal atração do time carioca.
Além dos tetracampeões, o Campeonato tem outras estrelas, no entanto, que podem roubar o show.
São jovens que buscam, talvez, uma vaga na Copa de 98, como o goleiro Dida, do Cruzeiro, ou o centroavante Valdir, do Vasco.
Há também jogadores que parte da torcida considerou injustiçados na convocação para a Copa, como o volante César Sampaio e o lateral-esquerdo Roberto Carlos, do Palmeiras. Este Campeonato pode ser deles.

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