São Paulo, sábado, 13 de agosto de 1994
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Analfabetismo cai de 20% para 16% em dez anos

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Se no indicador geral de pobreza a situação do país piorou em relação a 1980, na alfabetização das crianças e adolescentes a situação no país está melhor.
Segundo Ana Lucia Saboia, do Departamento de Indicadores Sociais do IBGE, 20% das crianças entre 11 e 14 anos não sabiam ler nem escrever em 1980. Este número caiu para 16% em 1991.
A opção por essa faixa etária para a pesquisa sobre analfabetismo foi feita porque se pressupõe que nessa idade a criança já esteja alfabetizada.
Em seis municípios brasileiros não existem analfabetos entre crianças e adolescentes de 11 a 14 anos. Cinco deles são gaúchos (Poço das Antas, Victor Graessi, Vila Flores, Guabiju e Montauri) e um paulista (Santo Expedito).
No Estado do Amazonas estão os dois municípios com maior percentual de analfabetos do país. São eles Pauini, com 85,1%, e Itamarati, com 79,5%. Os dados de Belém ainda não foram tabulados pelo IBGE.
Os dados mostram que a situação da educação nos municípios maiores é a mesma há gerações. Todos aqueles que têm alto percentual de analfabetos apresentam famílias cujos pais possuem, no máximo, um ano de instrução.
É o caso de Pauini, que tem 84,7% de chefes de família com menos de um ano de estudo.
Entre os municípios com mais de um milhão de habitantes, Fortaleza é o que tem mais analfabetos na faixa etária pesquisada: 13%. Logo depois vem Recife, com 12,7%. Curitiba, entre as cidades grandes, é a que tem menos analfabetos: 1,7%.
Água e esgoto também são problemas sérios nas regiões mais pobres. Há cidades que, pelo critério do IBGE, não têm um único domicílio em condições adequadas de esgoto e água tratada. É o caso de Quixaba, na Paraíba.
Nos municípios com mais de um milhão de habitantes, a pior situação em termos de saneamento básico é de Fortaleza, com 87,2% das crianças até 6 anos vivendo nestas condições. A melhor situação é do Rio, com apenas 14,1% das crianças vivendo sob estas circunstâncias.

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