São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994 |
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Cabide de empregos Em 61, Francisco Dornelles, então secretário particular de seu tio, o primeiro-ministro Tancredo Neves, recebeu o chefe de gabinete do deputado José Maria Alkmin. O rapaz trazia uma lista com os seis nomes que o parlamentar indicava para empregos nos Correios. O portador festejava: – O senhor veja como o doutor Alkmin é um homem bom: indicou parentes meus para os cargos. Admirado, Dornelles aceitou o papel. Logo depois, ligou Alkmin dizendo para desconsiderar a lista. E ditou outros seis nomes. O secretário disse que o deputado deveria enviar um documento assinado para que o outro fosse anulado. Alkmin reagiu: – Explique ao Tancredo o que aconteceu e ele vai autorizar. Mas Tancredo não topou: – Chico, ligue para o Alkmin e diga que eu o tenho em alta conta, que ele é meu maior apoio no Congresso e que tenho por ele uma gratidão incomensurável. Mas sem documento assinado não dá. Dornelles obedeceu. E Alkmin: – Bom, se ele gosta tanto assim de mim, não há razão para não nomear os doze. Dito e feito. Texto Anterior: Quarentena chilena; Disputa interna; Agridoce; Mala sem alça; Lado a lado; Culpa em cartório; Pupilos fiéis; Susto ideológico Próximo Texto: FHC abriu sete pontos de vantagem diante de Lula Índice |
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