São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
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Tucano critica a proposta do Estado mínimo

O candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, 63, não teme afirmar que o fisiologismo já morreu no Brasil. Ele usa esta convicção para neutralizar as críticas de seus adversários, que fazem da aliança tucana com os políticos nordestinos do PFL um de seus alvos prediletos.
Segundo FHC, a crise da Comissão do Orçamento do Congresso matou a pauladas o fisiologismo. Resta, como grande inimigo a ser enfrentado, o corporativismo, segundo ele, mais difícil de combater, porque mais moderno.
A palavra Estado foi a mais proferida pelo senador, ex-professor de sociologia da USP e ex-ministro da Fazenda, durante esta entrevista. Não para criticá-lo, como era moda, até certo tempo, no Brasil. Mas para defendê-lo, segundo o candidato, em novas bases.
Para Fernando Henrique Cardoso, o Estado mínimo defendido pelos neoliberais e pelo Consenso de Washington não faz sentido para o Brasil, onde o Estado precisa aparecer para regular várias atividades.
Na semana em que pulou de segundo para o primeiro lugar nas pesquisas para a disputa presidencial, FHC afirmou que as suas primeiras medidas, caso eleito, seriam negociar a reforma constitucional e a reforma administrativa.
Essa última sofreria a influência do ex-presidente Juscelino Kubitschek, espécie de símbolo adotado por FHC, que criou políticas emblemáticas de desenvolvimento e uma nova estrutura que lhe permitiu governar sem ter que mudar muito a burocracia federal.
FHC considera fundamental repactuar os repasses de verbas para Estados e municípios –estes, segundo ele, os grandes responsáveis pelo inchaço do aparelho público no Brasil.
Ele afirma que é impossível um processo de africanização do Brasil e defende uma "flexibilização" do monopólio da Petrobrás, inclusive na prospecção.
Fernando Henrique Cardoso diz que dorme cinco horas por dia, que fez um "check-up" recentemente e que a saúde está ok e que não toma nenhum remédio ou vitamina para enfrentar a campanha.
Ele afirma que se os petistas quiserem, poderiam ocupar um ministério em um eventual governo FHC. Diz também que ainda não pensou no assunto, mas seria provável que residisse no Palácio do Planalto.
Os principais trechos da entrevista estão a seguir.

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