São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Entenda a polêmica

DA REDAÇÃO

No Mais! do dia 3/7, os cientistas políticos José Luís Fiori e Mangabeira Unger criticam a candidatura FHC à luz da implantação do Plano Real.
Segundo Fiori, ao viabilizar sua candidatura com uma coalização à direita, FHC estaria tentando reconduzir a burguesia nacional à condição de sócia-menor e dependente do capitalismo mundial –conforme o próprio FHC apontara em seus trabalhos sociológicos.
"O Plano Real não foi concebido para eleger FHC", escreve Fiori, referindo-se ao Consenso de Washington. "FHC é que foi concebido para viabilizar no Brasil a coalizão de poder capaz de dar sustentação e permanência ao programa de estabilização do FMI".
Consenso de Washington (CW) é uma expressão forjada nos EUA durante um seminário promovido pelo governo americano. É uma estratégia de ajustamento e estabilização das economias dos países periféricos, entre eles o Brasil, formulada pelo governo americano, o FMI e o Banco Mundial.
No Mais! de 10/7 (pág. 6-3), FHC responde às críticas, afirmando que jamais abriu mão da sua obra sociológica. "Chega de estereótipos conspiratórios", escreve FHC. "A política de estabilização proposta –sem monitoramento do FMI e sem passar por recessões– é apenas uma tentativa para assegurar condições de governabilidade e para permitir que o país chegue às eleições. Se os críticos, ao invés de distorcerem o que eu penso, percebessem que eu desejo reconstruir o Estado para permitir que se dê a guerra ao 'apartheid social', chegariam a outras conclusões."

Texto Anterior: As palavras e as coisas
Próximo Texto: CRONOLOGIA DE MERLEAU
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.