São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
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Entenda a filosofia de Jean-Paul Sartre

ALBERTO ALONSO MUÑOZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

A "fenomenologia" de Merleau-Ponty e o "existencialismo" de Sartre são duas das filosofias que nasceram do pensamento de Edmund Husserl (1859-1938), o fundador da fenomenologia "propriamente dita".
Para Sartre, a existência humana pode ser descrita a partir de duas noções totalmente opostas e, ao mesmo tempo, correlatas: o Ser e o Nada. Pura vacuidade, o Nada é um "oco vazio" preenchido por algo cuja natureza é ser puro preenchimento: o Ser.
Com esse par de contrários, Sartre procura compreender um dos temas centrais da fenomenologia: a relação consciência-objeto. Ter consciência de algo (por exemplo, ver uma mesa, "ter algo em mente", amar alguém) é apenas um caso particular dessa relação de preenchimento que o Ser e o Nada mantêm entre si.
Dessa oposição abstrata emerge assim, pouco a pouco, todo o conjunto das estruturas da existência humana. O homem, agora, dá sentido ao vazio de sentido inicial da existência, estabelecendo e se engajando em projetos de ação que ele determina livremente –é, portanto, pura liberdade.

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