São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
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Festival é um sucesso financeiro

FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A SAUGERTIES

Mesmo cercado de críticas contra sua realização e regras para o público, o Woodstock 94, que termina hoje, revelou-se um sucesso financeiro para os organizadores e um dinheiro bem empregado para o público.
Ao todo, mais de 60 diferentes grupos e músicos deverão ter se apresentado até o final do dia.
Na madrugada de ontem, Joseph Roussel, 44, morreu, segundo a polícia, após misturar medicamentos controlados com vodca. Duas pessoas foram presas durante a noite por causarem distúrbios.
A infraestrutura montada para receber cerca de 250 mil pessoas funcionou relativamente bem.
Cerca de 200 mil das 250 mil pessoas esperadas pagaram ingressos de US$ 135.
Só com os ingressos, os organizadores arrecadaram US$ 27 milhões dos US$ 33 milhões gastos para montar o evento –sem contar o valor obtido com concessões no local, contratos com gravadoras e transmissão ao vivo dos shows.
O público, por sua vez, parece estar se divertindo. Nos dois primeiros dias, assim como no festival em 1969, não foi incomodado por fumar maconha, tomou banho de lama, dançou muito, tirou a roupa e manifestou-se como quis.
As críticas ficam por conta das telas de metal que separam várias áreas, reduzindo o acesso, e à proibição para consumo de álcool.
"A geração deste Woodstock não tem os sonhos e problemas de 25 anos atrás. E, definitivamente, não é possível comparar uma coisa com a outra. Mas eu diria que algo mágico também está acontecendo aqui", disse à Folha David Crosby, da banda Crosby, Stills & Nash, que se apresentou ontem.
"Eu mesmo já havia criticado o fato de este festival ser muito comercial, mas isso é besteira. Há 25 anos, os organizadores também esperavam milhões, que só não apareceram por que as pessoas pularam as cercas", diz Crosby.
O público do Woodstock 94, predominantemente adolescente e jovem, não parece se importar com os contornos consumistas.
Há camisetas, bonés, guitarras digitais, aparelhos de som, CDs e máquinas fotográficas à venda.
As filas de ávidos consumidores estendem-se por vários metros em diante das lojas espalhadas pela fazenda onde o festival acontece.

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