São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
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Cidades são 'torres de Babel'

FERNANDO ROSSETTI
DE JOHANNESBURGO

Monica Mokwena, 40, negra, empregada doméstica em Johannesburgo, fala quatro línguas. O motorista de táxi Bongiwe Mlangeni, 35, também negro, fala seis.
As escolas primárias ensinam três línguas nos primeiros cinco anos de escolarização: inglês, africâner e uma língua africana local.
Embora o inglês e o africâner sejam as línguas faladas em todas as repartições públicas, 48% da população não fala nenhuma delas.
Segundo estimativas do governo, menos da metade dos sul-africanos (42%) fala inglês.
Entre os negros um terço (31%) fala inglês. Os negros são 76% da população e os mestiços, 10%
O africâner, por sua vez, é a língua falada na maior extensão territorial. É usada principalmente no campo do oeste do país, onde os bôeres, descendentes dos colonizadores holandeses, têm fazendas.
Monica, que fala inglês e três línguas africanas, "nunca quis" aprender africâner. "É feio", diz.
Ela admite que tem um "preconceito político" com relação à língua que representa para muitos os tempos de apartheid.
O inglês predomina nos centros urbanos (Johannesburgo, Durban e Cidade do Cabo).
A migração do campo para cidade transformou esses centros urbanos em verdadeiras "torres de Babel", daí a necessidade de uma língua unificadora.(FR)

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