São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994 |
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"Soja verde" perde valor na safra 95
SUZANA BARELLI
A venda antecipada de soja, negócio conhecido como "soja verde", está praticamente parada e deve continuar assim, mesmo depois do anúncio do plano de safra. Estimativa da agência Safras aponta que até a primeira semana de agosto, entre 2% e 3% da produção futura havia sido negociada neste sistema, contra 11% no mesmo período de 93. A "soja verde" incentivou o aumento da produção, que saltou de 23 milhões de t na safra 93, para 25 milhões de t este ano. "O pacote agrícola não vai mudar a paralisia do mercado de soja verde", diz o produtor Blairo Maggi, de Rondonopólis (MT). Segundo ele, pequenos e médios produtores vão se utilizar da equivalência-produto em vez de vender sua produção antecipadamente para as indústrias e exportadores. Pedro Camargo Neto, presidente da Sociedade Rural Brasileira, lembra que agricultores estão recebendo cerca de R$ 6 por saca nos poucos negócios realizados com soja verde no Centro-Oeste. "Como o preço mínimo garantido pelo governo está melhor (R$ 7,32 na região Centro-Oeste), o produtor deve optar por este caminho", afirma. O plano de safra incluiu a soja na equivalência-produto e limitou em R$ 240 mil o valor do financiamento. No Mato Grosso, a estimativa é que este valor seja suficiente para o plantio de cerca de 600 ha. No caso dos grandes produtores, diz Maggi, R$ 240 mil não serão suficientes e a saída pode ser a redução de plantio. Maggi, por exemplo, planejava antes do Real plantar 30 mil hectares. Agora, a decisão é cultivar 21 mil ha. "É o que eu posso bancar com recursos próprios." "Sabemos que a inadimplência foi grande e as empresas, inclusive as grandes, sofreram o impacto", diz Ricardo Pelúcio, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais. Na Sanbra, Herbert Kurre, gerente de matéria-prima, afirma que houve inadimplência. "Cada empresa teve algum problema", diz. LEIA MAIS Sobre soja na pág. 4 Próximo Texto: Queda do preço reduz plantio Índice |
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