São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994
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Prefeitura desiste de notificar fabricantes

DA REPORTAGEM LOCAL

A Semab (Secretaria Municipal de Abastecimento) não vai mais notificar as empresas que tiveram produtos considerados impróprios para o consumo por uma pesquisa da Vigilância Sanitária.
A Semab voltou atrás porque cabe apenas à Vigilância Sanitária Estadual notificar fabricantes de produtos. O dever da prefeitura se resume em fiscalizar os produtos no comércio e autuar os pontos de venda que não estiverem de acordo com condições de higiene e saúde.
Na sexta-feira, ao divulgar a lista com 71 produtos considerados impróprios para o consumo, o secretário de Abastecimento, Waldemar Costa Filho, disse que daria apenas três dias para os fabricantes dos alimentos responderem sobre a contaminação. Se a resposta não fosse convincente, proibiria a comercialização em São Paulo.
A chefe de gabinete da Semab, Sueli Tartuce Nahas, afirmou ontem que o departamento jurídico está preparando um comunicado que será enviado aos pontos-de-venda onde foram encontrados os produtos com problemas.
"Vamos notificar o mercado e informar o produto e a marca que estavam com problemas. É claro que para poder responder eles vão ter que entrar em contato com os fabricantes", disse.
Além disso, os mercados e demais pontos de venda devem ter no mínimo dez dias para apresentar a contraprova (laudo que demonstra a qualidade do produto).
"Só depois da contraprova devemos tomar uma providência, proibindo a comercialização dos produtos ou não", disse Sueli.
As empresas negam que tenha havido contaminação. Etti e Sadia pretendem processar a prefeitura.
As consumidoras ouvidas pela Folha em supermercados reagiram com indiferença à lista.
Algumas disseram que não alterariam seus hábitos de consumo. "Quem garante que todos os produtos em situação irregular estão na lista", disse a professora Magnólia Gomes. "A princípio, toda comida tem alguma coisa", disse a bioquímica Clara Baccarin, 36.

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