São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Duke Robillard toca no Bourbon Street

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O guitarrista de blues norte-americano Duke Robillard é a atração, de hoje até quinta-feira, no Bourbon Street Music Club. As apresentações fazem parte do "Blues Fest' 94".
Robillard é o guitarrista que todo mundo quer em sua banda. Versátil, o músico nascido em Rhode Island conhece a dor do blues, sabe suingar no jazz e, com um pouco de distorção, toca rock como poucos. De terno, faria bonito numa orquestra como a de Count Basie. Com cabelos compridos, poderia tocar no Aerosmith.
Esta versatilidade tornou difícil para Robillard a formação de um estilo próprio. No fraseado do guitarrista convivem pacificamente o blues tradicional de T-Bone Walker, o jazz de Django Reinhardt e o sotaque apimentado da guitarra texana de Stevie Ray Vaughan.
Robillard começou a tocar em meados dos anos 50. Na época, tentava copiar o então emergente rock'n'roll feito por gente como Buddy Holy e Chuck Berry.
Como boa parte dos guitarristas brancos de sua geração, Robillard só veio a saber o que era o blues através de grupos britânicos como os Rolling Stones.
Quando resolveu levar a música a sério, Robillard escolheu o blues como forma de expressão. Uma de suas primeiras bandas foi formada em 1969 e se chamava Black Cats. "Tocávamos o blues de Chicago. Nosso repertório era de clássicos de músicos como Muddy Waters", relembra.
No início dos anos 70, Robillard montou o Roomful of Blues. Esta era uma banda numerosa que até possuía um naipe de metais. Com ela, o guitarrista pode exercitar a influência que vinha das big bands.
Desde então ele vem cultivando o hábito de explorar as texturas que resultam da interação entre guitarra e saxofone. "Minhas influências neste tipo de som são mais antigas. Admiro o que Charlie Christian fazia na orquestra de Benny Goodman."
Após a fase das bandas numerosas, Robillard abandonou o som orquestral e montou um trio. "Quando montei meu trio, queria produzir um som em que minha guitarra fosse o centro da música", explica.
O trio geralmente acompanhava a cantora Susann Forrest, mulher de Robillard. "Hoje ela ainda canta, mas está mais ocupada em cuidar de nosso filho de 11 anos, que ainda não se interessou pela guitarra", disse Robillard.
Em seu currículo, o guitarrista tem ainda uma passagem relâmpago pela banda de blues-rock Fabulous Thunderbirds. Robillard substituiu o líder da banda Jimmie Vaughan (irmão de Stevie Ray). Com eles gravou o disco "Walk That Walk, Talk That Talk".
Agora Robillard lidera um quarteto e é com essa formação que o músico se apresenta no Brasil. Completam a banda Martin Ballou (baixo), Jeffrey McAllister (bateria) e Paul Murphy (guitarra).
Os shows terão como base os dois últimos discos gravados pelo grupo: "Duke Blues" (de 92) e "Temptations", que será lançado nos EUA em setembro.

Show: Duke Robillard Quartet
Onde: Bourbon Streeet (rua dos Chanés, 127, tel. 011/542-1927, Moema, zona sul)
Quando: De hoje (16) até quinta-feira (18), às 22h
Ingressos: Couvert de R$ 10,00 na terça, R$ 14,00 na quarta e R$ 18,00 na quinta. As entradas podem ser adquiridas pelo telefone (011) 816-0829.

Texto Anterior: Mais sinais
Próximo Texto: Canadenses expõem obras em fotomontagem
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.