São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O terrorista mais procurado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Terrorista mais procurado no Ocidente, Illich Ramírez Sánchez nasceu em 12 de outubro de 1949, na Venezuela.
Seu pai, um advogado ligado à esquerda, deu aos filhos os diversos nomes do líder revolucionário Lênin: Vladimir, Illich e Lênin.
Ontem, seu pai, Altagracia Ramírez Navas, recusou-se a comentar a prisão do filho. "Eu sou e seguirei sendo comunista, marxista-leninista", afirmou.
O primeiro ato terrorista do Chacal teria ocorrido na adolescência, quando lançou um coquetel Molotov contra escritório da Pan Am em Caracas. Aos 14 anos, entrou para o Partido Comunista.
Aos 17 anos, Illich muda-se com a mãe para Londres. De lá vai para Cuba, onde aprende os rudimentos da luta armada.
Em 1968, ganha uma bolsa para a Universidade Patrice Lumumba, em Moscou. A universidade é um centro de formação de lideranças comunistas. Lá, continuará recebendo mesada da família.
Em 1970, as autoridades soviéticas expulsam Illich, acusado de levar uma vida extravagante e provocação anti-soviética. Rumores dão conta que sua expulsão teria sido apenas uma fachada.
Illich segue para o Oriente Médio, onde se une à Frente Popular para a Libertação da Palestina, de Georges Habbache.
Pouco depois, ele se muda para Europa, onde começa a fazer contatos e preparar o disfarce de jovem sul-americano boêmio e ligado a movimentos de esquerda.
Três anos depois, em 30 de dezembro de 1973, atira contra o empresário britânico Joseph Sieff, que escapa com vida.
Nessa época a imprensa passa a chamá-lo de Chacal, em referência ao personagem do livro "O Dia do Chacal" (leia texto nesta página).
Depois do ataque de 1975 contra a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, o Chacal sai de circulação até 82, quando realiza atentados na França para tentar libertar sua futura mulher, Magdalena Kopp.
Durante este período, a presença do Chacal foi registrada em países do Leste Europeu, onde recebia apoio logístico.
Em 1985, ele partiu com a mulher e duas filhas para Damasco, diz o escritor David Yallop, que publicou um livro sobre o Chacal.
Em 1986, jornal de Israel noticia a morte do Chacal. No início deste ano, agentes franceses o localizaram no Sudão.
Além de Kopp, a mulher que mais marcou o Chacal foi a cubana Sonia Marina Oriola, a quem conheceu em Moscou. Com Sonia, o Chacal teve um filho.
Em seu livro, Yallop questiona a imagem do Chacal como um superguerrilheiro. ele descreve-o como um "pseudo-revolucionário" muito incompetente.
Segundo Yallop, a imagem do Chacal foi construída pelos serviços de informação de Estados Unidos, França e Reino Unido, que teriam confundido-o com um agente do serviço secreto da ex-URSS.

Texto Anterior: Envolvimento em terror foi superestimado
Próximo Texto: Ficção inspirou o apelido
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.