São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Simon declara seu voto útil em FHC

Senador quer ministério de notáveis

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), anunciou às 15h30 de ontem que vota em Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para presidente da República. Simon renegocia com o governo federal uma dívida do seu Estado no valor de R$ 250 milhões.
Simon afirmou ontem que, para garantir a governabilidade do país, o presidente eleito deve trabalhar com todos os partidos e formar um ministério de notáveis. "Defendo um ministério de 22 Jatenes", disse.
Ele se referiu ao ex-ministro da Saúde no governo Fernando Collor de Mello, Adib Jatene, que costuma ter o nome citado na lista de ministeriáveis de vários partidos.
Às 18h, Simon foi ao Palácio do Planalto e informou ao presidente Itamar Franco que vai apoiar FHC. Disse que não tratou da renegociação da dívida gaúcha porque o Senado pode resolver o problema hoje.
O Senado tenta votar hoje à tarde projeto de emissão de Letras Financeiras do Tesouro do Rio Grande do Sul. A emissão permitirá pagar a dívida que venceu ontem.
Simon disse que vai praticar o "voto útil" na eleição presidencial, porque a decisão pode sair no primeiro turno, a favor de FHC ou de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
O senador pode sofrer punição da direção nacional do PMDB, porque o partido tem candidato próprio a presidente da República, o ex-goverandor Orestes Quércia (SP).
Simon disse que decidiu apoiar FHC em consequência dos ataques de Lula ao presidente Itamar e ao Plano Real. "Itamar é um homem sério, digno. O real não é milagroso, mas é o princípio do começo".

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