São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Ladrões matam professor com 5 tiros em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O professor Celso Melo, 51, foi assassinado com cinco tiros por três homens que tentaram assaltá-lo em frente à sua casa, na rua Corgie Assad Abdala, no Morumbi (zona sul de São Paulo).
Melo era casado e tinha duas filhas. Dava aulas no colégio e na faculdade de Psicologia do Mackenzie (leia texto abaixo).
Chegando do trabalho em casa, ele parou seu Fiat Tipo em frente ao portão e desceu do carro para abri-lo.
Nesse momento, dois homens armados com pistolas semi-automáticas calibre 7,65 milímetros o abordaram – um terceiro teria ficado na esquina do quarteirão.
O delegado Benjamin Napolitano Neto, da Divisão de Homicídios, acredita que Melo deve ter reagido ao assalto, tentando fugir.
Segundo ele, seu objetivo seria impedir que os ladrões entrassem na casa, onde estavam dormindo a mulher, Sílvia, 46, e as duas filhas, Priscila, 16, e Ana, 18.
O professor entrou no carro e foi baleado. Duas balas acertaram a perna de Melo, duas atingiram sua costa e uma, o abdômen.
Mesmo assim, Melo saiu com o carro e dirigiu em direção ao hospital Albert Einstein, que fica a cerca de 800 metros.
Após andar 150 metros, ele bateu o Tipo em um poste na praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao estádio do Morumbi.
A mulher do professor ouviu os tiros e abriu a janela. Ela viu dois homens correndo, mas não viu o carro do marido.
Minutos depois, o vigia Pedro José de Brito, 40, que ouviu os tiros, chegou à casa do professor.
Como encontrou o portão da casa aberto e a chave na fechadura, tocou o interfone e avisou a mulher do professor.
O carro Tipo com o professor foi encontrado na praça e um vizinho de Melo, que é médico, constatou que ele estava morto.
Os policiais examinaram o carro e levaram o corpo para o Instituto Médico Legal. Ele foi enterrado ontem no cemitério São Paulo.
Em outubro passado, após o último dos três ataques de ladrões à sua casa, Melo comprou um revólver e fez um curso de tiros no clube A Hebraica.
Na época, os assaltantes trancaram a família no banheiro e disseram para o professor que "iriam voltar", pois não teriam tido tempo "para roubar tudo o que queriam".

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