São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Produto animal sofre fiscalização constante

DA REPORTAGEM LOCAL

Os alimentos de origem animal (carne, leite, pescados e seus derivados) são os únicos que têm efetiva fiscalização durante o processamento na indústria.
Para a carne, por exemplo, uma equipe do Ministério ou Secretaria da Saúde inspeciona abatedouros e frigoríficos, observando o gado antes e depois do abate.
Todos os outros tipos de alimento –de origem vegetal ou composta– passam por testes apenas para registro e autorização no órgão competente. Depois, a produção passa a ser responsabilidade de um técnico da própria empresa.
A garantia dos produtos ficaria a cargo das vigilâncias sanitárias estadual e municipal, que devem fiscalizar as condições de higiene de indústrias e pontos-de-venda, respectivamente. Em 89, a lei nº 7.889 dividiu a responsabilidade sobre os alimentos entre os governos federal, estadual e municipal.
A cargo dos ministérios da Saúde e Agricultura estariam os produtos que são comercializados internacionalmente e entre Estados.
As secretarias estaduais ficaram responsáveis pelos alimentos comercializados dentro do Estado e as municipais, apenas na cidade.
"Risco"
A FDA (Food and Drug Administration), que controla alimentos nos EUA, considera as importações de produtos de vários países da América Latina e do resto do mundo "um risco".
Nos últimos três anos, os produtos importados regulamentados pela FDA para consumo nos EUA passaram de 500 mil para 1,1 milhão, diminuindo as chances de controle e fiscalização.
Há dois meses, Fred Shank, diretor do Centro de Controle de Alimentos e Nutrição da FDA, defendeu no Congresso dos EUA uma atualização dos controles adotados para alimentos importados, vendidos nas ruas (43% do total consumido) e produzidos no país.
Anualmente, mais de 80 mil pessoas ficam doentes e 9.000 morrem nos EUA devido a problemas de saúde causados por alimentos, segundo a FDA. O custo total para o tratamento médico desses casos chega a US$ 23 bilhões.
A maior parte dos problemas, segundo Shank, está relacionada a microorganismos. Ele afirma que, no caso latino-americano, métodos adotados para diminuir o fator cancerígeno de alguns conservantes usados em alimentos acabaram se tornando perigosos.
"O medo exagerado de usar cloro na água, por exemplo, causou uma epidemia de cólera há alguns anos", diz.
Colaborou Fernando Canzian, de Nova York.

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