São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994 |
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Preço decide compras, diz pesquisa
NELSON BLECHER
É o que constata levantamento conduzido pelo Datafolha junto a consumidores das classes A, B e C residentes em São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. O contingente de entrevistados que afirmam sempre cotejar preços cresceu de 59%, no período anterior ao Plano Real, para 79%. Realizada no dia 6 de agosto, a pesquisa flagra as mudanças no comportamento de compra ocorridas durante o mês de estréia da nova moeda. "Levantamentos posteriores buscarão confirmar se a tendência cautelosa se mantém ou se haverá maior propensão ao consumo", afirma Gustavo Venturi, diretor de operações do Datafolha. Embora 72% dos entrevistados afirmem que não sacaram ou não pretendem sacar aplicações financeiras para adquirir bens, há indícios de estímulo à reativação do consumo. A pesquisa aponta que 32% dos entrevistados se mostram propensos à compra de bens, em proporção superior (24%) aos que afirmam ter adiado ou renunciado ao consumo. "Mas é necessário ressalvar que a pesquisa não detectou sinal de consumo desenfreado da maioria, o que vai ao encontro dos apelos do governo", observa Venturi. Automóveis e motos são os produtos citados por 14% dos consumidores que tencionam ir às compras, seguidos de imóveis (8%) e eletroeletrônicos (5%). A proporção dos que compram à vista ou com cheque pré-datado caiu, enquanto aumentaram os pagamentos a prazo e com cartão de crédito. Com o real, o preço mais baixo ganhou força entre os fatores que influenciam a decisão de compra para 67% dos consumidores. Embora as diferenças regionais não sejam significativas, isso é mais visível em São Paulo. Já a influência da marca do produto declinou levemente entre um período e outro, de 17% para 20%. Os produtos novos ganharam popularidade. Indagados sobre a situação do orçamento com a nova moeda, 45% afirmam que "ficou igual" e 24% que "aumentou", enquanto 29% declaram que o poder de compra "diminuiu". Próximo Texto: Entenda a metodologia usada Índice |
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