São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994 |
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Sobe o custo do dinheiro nos EUA
FERNANDO CANZIAN
O movimento elevou o custo dos empréstimos a cidadãos e empresas norte-americanas ao seu nível mais alto desde 1991. O objetivo do encarecimento do dinheiro, segundo o Fed, é diminuir as pressões inflacionárias na economia. O Fed elevou de 4,25% para 4,75% ao ano o juro cobrado pelos bancos em empréstimos por um dia ("benchmark rate") e de 3,5% para 4% a taxa cobrada em seus empréstimos para o setor financeiro ("discount rate"). Acompanhando a alta no custo do dinheiro, os maiores bancos norte-americanos elevaram a prime rate (taxa para clientes preferenciais) a 7,75% ao ano ontem. Este é o menor percentual que os americanos passam a pagar sobre empréstimos bancários, contas de cartões de crédito e prestações de todos os tipos. Clinton critica O governo Clinton criticou a atuação do banco central dos EUA, que é independente no país. "Não vemos nenhuma pressão inflacionária sobre a economia", disse ontem a porta-voz da Presidência, Dee Dee Myers. Os juros mais altos devem, pelo menos em tese, esfriar a economia americana nos próximos meses e diminuir a pressão inflacionária. Devem também fortalecer o dólar no mercado internacional. Em julho, a velocidade de reajuste dos preços nos EUA projetava uma inflação de 2,7% para 1994 –igual a taxa do ano passado–, mas outros indicadores, como taxa de emprego e preços no atacado, indicavam uma aceleração. "O Fed está controlando a inflação como em uma caçada de patos. Atira antes no vazio para atingir o pássaro que vai depois por onde mirou", comparou ontem Sung Won Sohn, economista do banco Norwest. A associação das indústrias norte-americanas qualificou de prematura e excessiva a decisão do Fed. Para a associação, a alta dos juros ameaça frear a atividade industrial. Já as taxas pagas pelo Tesouro norte-americano por seus bônus de 30 anos caíram para 7,37%, contra 7,51% na véspera. A Bolsa de Nova York foi beneficiada pela baixa dos bônus –o índice Dow Jones fechou a 3.784 pontos, em alta de 24 pontos. O dólar se fortaleceu com a decisão do Fed e fechou a 1,5610 marcos alemães, contra 1,5522 na véspera. Texto Anterior: GRÃOS 1 Índice |
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