São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Hoje vai ser uma guerra em Assunção

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Vai ser uma guerra. E não estou muito seguro de que o tricolor volte de Assunção sem sérias escoriações, até mesmo amargando uma inesperada desclassificação na Libertadores, diante do Olimpia. Não porque considere esse elenco do São Paulo sem garra para ganhar esse tipo de batalha. Ao contrário. Preocupa-me mesmo é o funcionamento do sistema defensivo do bicampeão do mundo. Apesar de ser extremamente cauteloso, com um líbero de verdade flutuando atrás da linha de zaga, e com dois cabeças-de-área na proteção da defesa, mesmo assim o tricolor tem sido altamente vulnerável nesta Taça Libertadores da América. A impressão que se tem é de uma certa falta de entendimento entre os laterais e os zagueiros –Júnior e Gilmar– na mecânica de cobertura pelos flancos.
Em todo caso, é esperar pra ver.

Hoje, o Corinthians deve entrar em campo completo. Isto é: com todos os jogadores que conseguiu contratar para esta temporada, mas ainda sem o zagueirão que formaria ao lado de Henrique, pedido pelo técnico Jair Pereira. Outro dia, o diretor de futebol Romeu Tuma Jr. me confidenciou que já tentou os nomes sugeridos e pensáveis, desde Mozer até Aloísio, em vão. O problema, segundo ele, é que estava tudo mais do que acertado com Ricardo Rocha, há dois meses. Tudo mesmo, a ponto de a mulher do jogador vir a São Paulo procurar apartamento. Pois, na última hora, Ricardo Rocha roeu a corda, e assinou com o Vasco.
Romeu não disse, mas estava tão tiririca que deve ter tido ganas de chamar o xerife. Ou, então, clamar a plenos pulmões, no meio da rua Tatuapé: "Paiêêê!" No início do ano, Júlio César, então ainda na Juventus, foi oferecido ao Corinthians. Bobearam.

Um salto ao futuro e outro ao passado. Branco, do alto de seu tetra e de três Copas do Mundo disputadas –e que hoje estréia no Corinthians– fez a sua previsão para o próximo Mundial: seu substituto na seleção, na França, será André, do São Paulo. Está aí uma profecia a ser levada em conta. Mas, e Leonardo? Certamente irá disputar uma posição no meio-campo.
Marcelinho é um perito em cobranças de córner, de falta etc. Mas não há comparação, Cláudio era muito mais cerebral, um verdadeiro organizador de jogo, a exemplo de Telê do Fluminense. Isto é: mais cerebral que Telê, que era basicamente pulmão, apesar do talhe tísico, aplicação e técnica. Aliás, não me surpreendi com a confidência de Marcelinho de que dois treinadores estão por trás de seus chutes incríveis: César, ex-lateral do Flamengo, seu técnico nos juvenis, e Telê, que teve breve passagem pela Gávea.
A propósito: o Garcia, a quem atribuí a origem do gol olímpico, só pode ter saído das páginas do Zorro. O argentino Cesario Onsari foi o autor. Perdão.

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