São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Três Steffis

THALES DE MENEZES

THALES DE MENEZES
Daqui a duas semanas começa o US Open 94, em Nova York. Para muita gente, é como se o ano tenístico terminasse com ele.
Existe uma grande parte dos torcedores que defende a idéia de que só nos quatro torneios do Grand Slam você tem certeza de que os melhores tenistas do mundo estão dando tudo pela vitória.
A mídia reforça essa idéia. Fora do âmbito das publicações especializadas, a grande imprensa mundial só dá destaque mesmo ao Grand Slam. Outros torneios só ganham manchetes se alguém acabar esfaqueado na quadra.
Por isso, um tenista pode ter o grande desempenho de sua vida num torneio esta semana, seja em Nice, Tóquio ou qualquer outro lugar. No ano que vem, o público só vai lembrar mesmo do que esse tenista conseguiu em Wimbledon ou Roland Garros.
Se é só a imagem desses quatro torneios que fica, o US Open reserva uma grande incógnita: qual será a imagem de Steffi Graf nessa temporada? Pelo que aconteceu em Melbourne, Paris e Londres, parece que três Steffis disputaram o Grand Slam em rodízio.
No Aberto da Austrália, em janeiro, Steffi talvez tenha tido seu maior desempenho nos anos 90. Venceu todas as partidas, às vezes gastando menos de 30 minutos. A final contra Arantxa Sanchez, teoricamente seu confronto mais difícil, foi vencida pela alemã por 6/0 e 6/2, em 41 minutos.
Dessa forma, a tenista iniciava o ano reinando absoluta, sem adversárias após o afastamento de Monica Seles. Mas depois dessa performance impiedosa, o ano de Steffi não foi uma maravilha.
Ela jogou em Paris sem mostrar um pingo da determinação que exibiu na Austrália. Steffi esteve irregular desde a estréia e chegou à semifinal com vitórias que não impressionaram ninguém. Caiu diante da supermotivada Mary Pierce, em boa forma e jogando diante de sua torcida. Perdeu por 6/2 e 6/2. Para os fãs, pior do que a derrota foi a apatia profunda de uma Steffi que parecia querer ver o jogo terminar depressa.
Em Wimbledon, o desastre foi total. Nada de apatia, no entanto. A alemã mostrou garra na primeira rodada contra a americana Lori McNeil, mas cometeu tantos erros que chegou a chorar depois de três bolas seguidas para fora.
Fica então a pergunta para ser respondida no US Open. Qual é a Steffi Graf 94: a supercampeã da Austrália, a cabisbaixa da França ou a perdedora da Inglaterra?

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