São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Frankfurt edita coleção de arte brasileira

IRINEU FRANCO PERPETUO
DA REDAÇÃO

Erramos: 19/08/94

Diferentemente do que informa a legenda desta reportagem, o trabalho que compõe a mostra de design gráfico na Feira de Framkfurt é de autoria de Rico Lins. Frankfurt edita coleção de arte brasileira
País-tema da 46ª Feira Internacional do Livro de Frankfurt, o Brasil leva à Alemanha várias exposições que traçam um panorama de sua arte contemporânea. Com os mesmos temas destas exposições, está sendo editada uma coleção trilíngue (português, alemão e inglês) de 14 livros de arte, intitulada Brasiliana de Frankfurt.
A Feira Internacional do Livro de Frankfurt é a mais importante do mercado livreiro internacional. Em sua 46ª edição, a acontecer de 5 a 10 de outubro, o evento terá o Brasil como tema. O país ocupará o espaço nobre do encontro, o pavilhão Messegelaend, de aproximadamente 3 mil m2.
Cada livro da coleção corresponde a um evento paralelo à Feira, como exposições e ciclos de cinema. Os curadores dos eventos são os autores da maioria dos livros.
A edição é da Câmara Brasileira do Livro, com coordenação da Prêmio Editorial. Uma parcela das obras será entregue aos patrocinadores, outra parte será distribuída pelo Itamaraty a entidades culturais no exterior e o restante será comercializado no Brasil.
Embora os livros tenham os mesmos temas das exposições, não se trata de catálogos. "Os livros vão além das exposições, têm muito mais imagens", diz Arnaldo Spindel, diretor de planejamento da Prêmio. "A idéia foi fazer das edições algo perene, que sobreviva ao fim da Feira de Frankfurt", acrescenta Alfredo Weiszflog, da CBL.
O custo inicial da participação brasileira em Frankfurt foi orçado em US$ 12 milhões. Hoje, de acordo com a CBL, o custo está em US$ 7,5 milhões, sendo US$ 4 milhões bancados pela parte alemã e o restante pelos brasileiros, entre dinheiro público (Itamaraty e estatais) e privado (patrocinadores).
Esta participação está sendo organizada por uma comissão formada por membros dos ministérios das Relações Exteriores e da Cultura, do Sindicato Nacional de Editores de Livros e da CBL.
Para obter a parceria alemã no tocante aos gastos, a comissão resolveu apresentar eventos que pudessem interessar aos alemães.
Ao invés de simplesmente alugar as salas, a comissão estudou o perfil do público de cada entidade que abrigaria as exposições e, baseado nestes estudos, ofereceu a cada uma os temas que melhor pudessem se encaixar neste perfil.
A participação dos alemães na escolha dos temas acabou se traduzindo em uma participação nos custos das exposições. "Os gastos de divulgação, por exemplo, ficam todos por conta deles", afirma Júlio Heilbron, da CBL.
Na escolha dos temas, buscou-se evitar a formação de estereótipos e, ao mesmo tempo, mostrar coisas pouco conhecidas. O livro sobre Arquitetura Contemporânea, por exemplo, não fala de Oscar Niemeyer. "Não fazia sentido levar o Niemeyer porque todo mundo já o conhece por lá", afirma Weiszflog.
Se Niemeyer não interessava, o mesmo não se pode dizer de Burle Marx. A exposição sobre o paisagista foi agendada antes de sua morte, ocorrida em junho deste ano.
"Quatro toneladas de plantas foram levadas de avião para a Alemanha para o jardim tropical que Burle Marx planejou", afirma Felipe Lindoso, da CBL.
O único livro da coleção já lançado é "Pioneiros do Cinema Brasileiro", que saiu em Frankfurt, em 29 de abril, com um ciclo de cinema.
No Brasil, a CBL pretende lançar a obra no dia 27, durante a Bienal do Livro. No mesmo dia, devem ser lançados os livros sobre Arte Popular e Museu de Imagens do Inconsciente.

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