São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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Trabalhos foram realizados por curadores

IRINEU FRANCO PERPETUO
DA REDAÇÃO

Os autores dos livros da Brasiliana de Frankfurt foram, em sua maioria, os curadores dos eventos paralelos aos quais os livros correspondem.
Uma exceção foi a crítica de arte Lélia Coelho Frota. Embora o curador da exposição seja Haruyoshi Ono, Frota foi escolhida pelo próprio Burle Marx para escrever "Burle Marx: Paisagismo no Brasil". "O trabalho já estava em andamento quando Burle Marx morreu. Tive que modificar o final", afirma Lélia.
Já o livro sobre design gráfico teve uma espécie de autoria coletiva. A curadoria da exposição é do núcleo de desenho industrial da Fiesp.
O texto final não foi escrito por um especialista em design gráfico, mas por um jornalista –que utilizou textos de designers citados no trabalho.
A idéia é caracterizar o design gráfico brasileiro contemporâneo. "É uma espécie de exposição-portfólio, que destaca a utilização do humor, das cores e das novas tecnologias no design brasileiro de hoje."
No caso do pesquisador, historiador e jornalista Jurandyr Noronha, autor de "Pioneiros do Cinema Brasileiro", o livro tem forte componente pessoal, já que grande parte das fotos utilizadas são do arquivo particular do autor.
Na Alemanha, a obra foi lançada simultaneamente a um ciclo de cinema mudo brasileiro. Para o lançamento no Brasil, Noronha propõe um ciclo diferente.
"Aqui no Brasil houve o movimento dos chamados 'falantes e cantantes', fenômeno único na cinematografia mundial. Poderíamos fazer um ciclo destes no Rio."
Nas projeções dos "falantes e cantantes", de acordo com denominação utilizada pela imprensa da época, músicos, atores e atrizes atuavam atrás de uma tela transparente, de maneira que lhes fosse possível ver o que seria necessário "dublar".
Era empregada toda uma parafernália para os ruídos. Os atores chegavam a utilizar enormes megafones para serem escutados em toda a sala de projeção. (IFP)

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