São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994 |
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Advogado é figura polêmica
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O advogado escolhido pelo Chacal para defendê-lo, Jacques Verges, é considerado um dos mais brilhantes da França –e também um dos mais polêmicos.Aos 69 anos, Verges ganhou fama por aceitar causas aparentemente impossíveis. Pegar o caso de um dos mais famosos terroristas do mundo é típico do advogado. Em 1982, Verges defendeu a futura mulher do Chacal, Magdalena Kopp, integrante do grupo alemão Fração do Exército Vermelho. Próximo da esquerda, Verges defendeu o criminoso de guerra nazista Klaus Barbie, o "Açougueiro de Lyon", em 1987. Quando Barbie fugia da França, em 1944, Verges marchava para libertar Paris com as tropas do general Charles de Gaulle. "Se ele (Barbie) estivesse do outro lado de minha arma, eu teria atirado nele", disse. "Agora eu estou apenas fazendo meu trabalho como advogado". Barbie foi condenado e sentenciado em 1987 à prisão perpétua por crimes contra a humanidade. Ele morreu na prisão em 1991. Verges gosta de cultivar o mistério, especialmente em torno do período que vai de 1970 a 1978, no qual ele desapareceu e sobre o qual se recusa a falar. Filho de pai francês e mãe vietnamita, Verges foi stalinista, maoísta e anticolonialista antes de optar pelo anti-sionismo. Ele nasceu em 5 de maio de 1925 na Tailândia e passou a infância em Reunião, ilha francesa no oceano Índico, para onde o pai se mudou após ter perdido o posto de cônsul ao se casar com uma mulher vietnamita. Como líder estudantil e membro do Partido Comunista Francês, Verges tornou-se amigo do estudante cambojano Pol Pot, que se tornaria ditador do Camboja. Pol Pot é responsabilizado pela morte de mais de 1 milhão de pessoas durante o governo do Khmer Vermelho no país asiático. Em uma viagem à China em 1962, Verges conheceu Mao Tse-tung. Ao retornar à França, dirigiu o periódico maoísta "Revolução", que enviou Regis Debray para a América Latina. Nessa época, Verges rompeu com o Partido Comunista por divergências em relação à Argélia. Texto Anterior: Irmão de vítima elogia a polícia Próximo Texto: Teerã quer a extradição de testemunha de ataque a bomba Índice |
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