São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 1994
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Gaúchos vão aderir aos poucos

ANDREW GREENLEES
DO PAINEL

O PMDB gaúcho já traçou a estratégia para passar gradualmente seu apoio a Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A previsão é concluir o processo antes do primeiro turno da eleição, mas o caminho será percorrido com pelo menos dois cuidados.
O primeiro é político e refere-se a não espantar os eleitores de Lula e Brizola no Estado. O outro é jurídico, no sentido de evitar possíveis retaliações de Orestes Quércia com base nos estatutos partidários, que poderiam levar, por exemplo, a tentativas de expulsão dos gaúchos do PMDB ou à retirada de seus espaços no horário eleitoral.
O candidato peemedebista ao governo do Rio Grande do Sul, Antônio Britto, reconheceu ontem que há simpatias no partido por FHC, lembrou que sempre deixou claro que não estaria com Quércia, mas preferiu não confirmar seu apoio ao tucano. Assegurou, no entanto, que anunciará seu voto presidencial até o primeiro turno. "Meu voto como cidadão não será secreto", disse.
Aliados de Britto lembram que ele lidera a corrida estadual com folga e consegue bons índices de apoio entre eleitores de FHC, mas assinalam que o mesmo acontece entre partidários de Lula e Brizola.
O candidato a governador, portanto, precisa escolher cuidadosamente o momento de anunciar seu rumo político para não prejudicar sua própria situação no Estado.
Nas próximas semanas, as principais lideranças do PMDB gaúcho devem passar a dar sinais claros de aproximação com o tucano, sem oficializarem o apoio.
O senador José Fogaça já iniciou o processo, falando em "forte simpatia" do PMDB gaúcho por FHC. E o próprio Britto tem se reunido com o tucano. O senador Pedro Simon já formalizou sua passagem para a campanha tucana.
Ontem, em São Paulo, Quércia reagiu à dissidência. "As pessoas que agora declaram apoio ao PSDB estavam com ele desde o começo", declarou.
Colaborou a Redação

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