São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 1994
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Tiroteio entre traficantes mata 3 no Rio

ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO

Três pessoas morreram em tiroteio entre traficantes que disputam o controle do tráfico no morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul do Rio), na madrugada de ontem.
Segundo o delegado Antônio Cafieiro, que comandou a operação, no início da madrugada traficantes do morro Azul, no Flamengo (zona sul do Rio), invadiram o Dona Marta tentando obter o controle do tráfico.
Supostos gerentes do tráfico, conhecidos como "Raimundinho" e "Ronaldinho", teriam liderado a resistência da quadrilha que ocupa o Dona Marta. Os traficantes trocaram tiros durante toda a noite.
Pela manhã, com a chegada da Polícia Civil, foram encontrados os corpos de Luís Henrique da Silva, o "Borroso", 21, e de um outro rapaz conhecido como "Pimpolho". Segundo a Polícia Civil, ambos são traficantes. O terceiro corpo não foi identificado.
A Polícia Civil apreendeu, junto ao corpo de Luís Henrique da Silva, um fuzil AR-15, uma escopeta 12 e uma pistola. Policiais informaram que Luís Henrique seria o subgerente do tráfico no morro.
Segundo a Polícia Civil, o tráfico no Dona Marta é controlado pelo traficante "Pedrinho da Prata", que teria saído do morro pouco antes da guerra entre as quadrilhas.
Os gerentes "Raimundinho" e "Ronaldinho" teriam assumido o controle na ausência de "Pedrinho da Prata".
A hipótese do delegado Cafieiro é de que os traficantes do morro Azul estariam ligados a "Flávio Negão", que comanda o tráfico em Vigário Geral (zona norte).
"Flávio Negão" estaria interessado no tráfico no Dona Marta pela grande quantidade de drogas comercializadas no morro.
Para desalojar a quadrilha de "Pedrinho da Prata" da favela Dona Marta, "Flávio Negão" teria desencadeado uma guerra a partir do morro Azul, que fica próximo ao Dona Marta.
A Polícia Civil não conseguiu prender nenhum traficante.
Os moradores só puderam descer o morro no final da operação. Muitos deles, que não quiseram se identificar, deixaram suas casas durante a noite.
Janete Ferreira, 42, afirma que só por volta do meio-dia pôde sair de casa. "Foi horrível, ninguém conseguiu dormir".

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