São Paulo, sábado, 20 de agosto de 1994
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Estatal muda para sobreviver

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao admitir o ingresso de capitais privados no mercado de telecomunicações, o Sistema Telebrás procura assegurar sua própria sobrevivência, em vista das pressões, cada vez maiores, para a quebra do monopólio estatal no setor.
O Brasil tem apenas oito telefones por cem habitantes, o que o coloca na 42ª posição no ranking mundial, abaixo de países como Venezuela e Chile.
Os serviços de transmissão de dados, ligações interurbanas e internacionais custam mais caro do que na Europa e EUA.
O Orçamento da União deste ano limita a verba de investimentos do Sistema Telebrás em US$ 2,9 bilhões, quando ela estima que precisaria investir pelo menos US$ 4,4 bilhões.
A Telebrás foi a empresa brasileira que mais lucrou em 93 (US$ 1,5 bilhão) mas está amarrada pela política de contenção de gastos públicos do governo e tem sua imagem cada vez atingida por sua incapacidade de atender o mercado.
O presidente da Telebrás, Adyr Silva, diz que a abertura do mercado para os investimentos privados não se dará por falta de recursos da estatal, mas por decisão estratégica do governo.
Ao propor a abertura do mercado sem a quebra do monopólio da operação do serviço, as estatais cedem os anéis para não perder os dedos. A receita tarifária é o filé do mercado.

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